Lubango - A província da Huíla, que detém o maior efectivo ganadeiro do país, com mais de três milhões de cabeças, aumentou a sua capacidade de produção de carne de 700 toneladas, em 2020, para um milhão 99 mil 311 quilogramas em 2023.
Apesar de ser uma produção que as autoridades consideram “animadora”, ainda está longe das necessidades actuais do mercado, fixadas em três milhões 060 mil 717 kg/ano.
A produção de carne, por espécie, de acordo com um relatório do Gabinete Provincial da Agricultura e Pescas a que a ANGOP teve acesso hoje, sexta-feira, destaca-se a de carne bovina com 889 mil e 800 kg, representando um abate de cinco mil 932 cabeças/ano.
Segue-se a carne suína com 187 mil 250 kg, que perfazem três mil 745 animais, a caprina com 19 mil 824 kg (1. 652 cabeças), as aves com mil 697 kg, que representam um abate de 943 unidades e a ovina com 740 kg (37 animais).
Essa carne é abatida em 21 locais catalogados e espalhados pelos 14 municípios, dos quais apenas dois são talhos convencionais, os restantes são os chamados "locais de matança" fixados em mercados paralelos.
De entre eles, destacam-se o “Mercado da Batata-doce”, arredores do Lubango, que abate a maior parte dos animais. Só em 2023 foram duas mil 355 cabeças, colocando no mercado quase a metade da carne, ou seja, 422 mil 559 kg.
Segue-se o mercado do Mutundo, igualmente no Lubango, com mil 165 animais abatidos, o que representou 259 mil 115 kg de carne, enquanto nos matadouros industriais destacam-se o da fazenda Mumba com 63 mil 450 kg (423 cabeças) e do grupo Socolil com 31 mil 950 (213 cabeças).
Relativamente aos municípios a seguir ao Lubango, a Matala está à frente com a colocação de 47 mil 994 kg e depois o Quipungo com 36 mil 827. No relatório, o Chipindo tem a menor produção da província.
A falta de investimento é, segundo o Gabinete da Agricultara, o principal constrangimento, assinalando que em três anos é possível tornar a província auto-suficiente em carne, caso o investimento em matadouros e nos rebanhos seja real.
Nos últimos cinco anos, o país teve um acréscimo de 12 por cento na produção de proteína animal, principalmente da carne suína, na ordem de 55 por cento, em média, e da carne bovina em 30 por cento.
Dados do ministério da Agricultura de 2021 apontam que, para importação desses produtos, Angola gastou 440 milhões de dólares. As as aves contribuíram com 54 por cento desse montante, com 238 milhões.
A produção animal no país é feita maioritariamente nas províncias da Huíla, Cunene e Namibe, que contribuem com mais de 70 por cento. A produção de aves é maior nas províncias da Huíla e do Huambo, com uma percentagem de 39 por cento. MS