Lubango - A indústria agro-alimentar é o principal desafio do sector na província, tendo em conta os indicadores de produção para os produtos deixarem de sair em bruto, mas serem transformados localmente, de modo a agregar valor às famílias engajadas na produção e fomentar o rendimento.
A Huíla conta com 513 unidades industriais, das quais, 442 em funcionamento, 30 indústrias paralisadas e 41 em fase de implementação. Das unidades existentes funcionais mais de 200 são agro-industriais, cuja liderança recai maioritariamente pelas panificadoras e moageiras, com mais de 90 por cento desta cifra.
A informação foi avançada hoje, sábado, nesta cidade pelo director do Gabinete para o desenvolvimento económico Integrado da Huíla, Domingos Kalumana, no quando do Dia Nacional da Indústria.
A fonte afirmou que o fomento da micro-indústria é necessário, pois a Huíla tem muita produção agro-pecuária que acaba por sair em bruto e precisa ser transformada localmente, para agregar valor às famílias, em termos de rendimento e que os produtos possam chegar à mesa das pessoas já transformados.
Nas indústrias paralisadas, destacou a agro-alimentar de processamento de tomate instalada em 2010 no município da Matala, que está paralisada por questões de vandalização, porque nunca entrou em funcionamento.
Domingos Kalumana augurou que quando entrar em funcionamento o matadouro na Humpata, em fase de conclusão, vai fomentar o processamento da carne, uma vertente industrial pouco explorada na Huíla.
“Temos notado um forte crescimento na indústria de transformação de granitos, mas para a agro-alimentar sentimos um crescimento em algumas micro-indústrias que precisam de ser potencializadas para que possam produzir em grande escala. Com os apoios da banca, instituição não bancária e agentes sedentários poderemos desenvolver o sector na Huíla”, manifestou.
Outros desafios para o fomento da indústria na Huíla, apontou a questão da electrificação, com excepção da Matala, Lubango, Humpata, Chibia, outros ainda não estão em condições para poder implementar unidades industriais, no que se refere a energia da rede pública.
Por sua vez o presidente da Associação Agro-Pecuária, Comercial e Industrial da Huíla (AAPCIL), Paulo Gaspar, defendeu a necessidade da definição do que se quer para a Huíla, uma indústria ligeira com bases na agricultura.
Para o gremista, ao invés de pensar mais na grande indústria que requer e consome muitos recursos, num momento que não existe, a aposta deve ser na caseira que na Huíla esta ainda mais resumida aos enchidos, mas ainda assim é possível potenciar esta corrente e dar mais conforto e fazer crescer.
Alertou que pelos incentivos dados por diversos programas do Governo vão começar a ter excedentes de produção na agricultura e o caminho é estimular as pequenas e micro indústrias para poder absorver essa produção que já é muita no mercado e temos alguma dificuldade em transportar para o maior mercado consumidor, Luanda.
Fruto desta dificuldade, continuou, vão começar a ter alguns problemas porque neste momento transportar alguns produtos acabados para Luanda é mais caro do que a própria produção daí que têm de transformar para fazer chegar aos mercados. EM/MS