Ramiros - O Governo da Província de Luanda (GPL) está a inserir os artesãos do Centro de Artes do Museu da Escravatura, no município de Belas, em feiras itinerantes municipais e em outras actividades artísticas e culturais, em parceria com empresas privadas de promoção de eventos.
Esta iniciativa tem a ver com o facto de os artesãos, que ocupam o espaço localizado no distrito urbano do Morro dos Veados, estarem a abandonar o local devido à fraca procura das peças de artes e a distância do Centro em relação aos pontos de maior demanda.
O abandono do espaço começou a ocorrer depois da pandemia do Covid-19, que obrigou o confinamento e, consequentemente, afastou os turistas e consumidores desses produtos culturais.
Sobre o assunto, o vice-governador de Luanda para a Área Política e Social, Dionísio da Fonseca, disse à ANGOP, no distrito dos Ramiros, que está a ser desenvolvida, também, outra estratégia de marketing e publicidade para a promoção dos trabalhos dos artesãos.
A estratégia passa por levar os artesãos aos pontos de potenciais compradores, nos centros comerciais e em outros mercados, onde já exista espaços para exposição de peças artísticas destas artes.
Por outro lado, Dionísio da Fonseca informou não haver qualquer projecto de construção do novo mercado do artesanato, pois o actual centro dos artesãos foi enquadrado na organização da nova malha urbana da capital angolana.
Explicou que o anterior mercado do Benfica estava numa zona cujo trânsito perigava a vida dos artesãos e compradores.
“O Museu da Escravatura é um local com boas condições para o desenvolvimento dessa actividade. Devemos continuar a dialogar com os fazedores dessas artes, promovendo os seus trabalhos”, sublinhou.
Nos últimos cinco meses, pelo menos 112 dos 400 artesãos que ocupavam o espaço do Centro de Artes do Museu da Escravatura, abandonaram o local e os demais apelam a realização de eventos culturais.
Dentre as peças que vendem no Centro, A ANGOP constatou que o “Pensador” é uma das mais valiosas, custando entre 200 a 250 mil kwanzas. A escultura que representa a mulher mucubal, com cerca de um metro de comprimento, é comercializada a cinco milhões de kwanzas (Kz), enquanto a da Palanca Negra Gigante custa cerca de Kz 100 mil.
O Centro de Artes do Museu de Escravatura que comporta quatro áreas, sendo Cestaria, Pintura, Escultura e Trajes africanos, substituiu o antigo mercado do artesanato.