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Governo vai investir USD 2,5 mil milhões para água em Luanda

     Economia              
  • Luanda • Sexta, 02 Dezembro de 2022 | 16h53
Água (ilustração)
Água (ilustração)
Jose Cachiva

Luanda - O investimento público para o fornecimento de água em Luanda, capital do país, vai ultrapassar os 2,5 mil milhões de dólares, anunciou o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges.

Falando à imprensa, depois da 7ª sessão ordinária do Conselho Nacional de Águas (CNA), sublinhou ser um esforço de investimento significativo, requerendo uma estruturação da solução de financiamento que envolve vários bancos, em função da garantia de crédito.

O ministro sublinhou, na ocasião, que o abastecimento de água na cidade capital do país é uma das prioridades de governação no mandato actual.

Para João Baptista Borges, o investimento é um pacote financeiro bastante importante se se comparar com o sistema de abastecimento de água da cidade do Huambo, cujo projecto custou certa de 200 milhões de dólares.

De acordo com o governante, os projectos ligados ao abastecimento de água na cidade capital estão basicamente lançados, tendo em conta o facto de estar a preparar-se para ter pelo menos 10 milhões de habitantes em 2023.

 Com essa população, continuou, a necessidade de consumo é de mais de um milhão e 200 mil metros cúbicos de água/dia. “Neste momento a disponibilidade de água é de 400 mil metros cúbicos, menos de 50%”, referiu.

“Quer dizer que a maior parte da população de Luanda consome água que é abastecida através dos camiões cisternas e é a grande preocupação, porque essa água nem sempre tem a qualidade requerida, com impacto nos indicadores de saúde e também tem preço que não são acessíveis a maior parte da população”, disse.

Referiu que o Executivo está movido pela preocupação de desenvolver projectos que visam cobrir esse défice, num prazo relativamente curto, com mais de 600 mil metros cúbicos de água.

Projectos em execução

João Baptista Borges destacou a existência de dois projectos desenhados que estão basicamente em execução, o Bita e o Quilonga, na parte sul de Luanda, com captação de água no rio Kwanza.

Explicou que o projecto Bita vai ter uma capacidade de cerca de 250 mil metros cúbicos, para beneficiar cerca de dois milhões e meio de habitantes na capital do país.

O projecto vai beneficiar os munícipes que têm torneiras no quintal, mas não têm água, fazendo a interligação, bombeando a água para os reservatórios actualmente existentes, bem como a construção de reservatórios em zonas como Ramiros, bairro Mundial e outros.

Adiantou que este projecto deverá ser concluído em aproximadamente três anos, com 160 mil novas ligações domiciliares naquelas áreas onde não há ainda ligações nas casas, principalmente na parte sul de Luanda.

O projecto lançado recentemente, destacou, tem um orçamento de cerca de mil milhões de dólares e financiamento já aprovado, com garantia do Banco Mundial.

Outro destaque, segundo o governante, recai para o projecto Quilonga, localizado na zona do Bom Jesus, que vai ser o maior sistema de abastecimento de água em Luanda, com 500 mil metros cúbicos de água, para atender cerca de cinco milhões de habitantes.

Acrescentou que o Governo está também a desenhar cerca de 300 mil novas ligações na zona do Zango, Cazenga e toda zona de Viana, em bairros que actualmente não têm canalização de água.

A 7ª sessão ordinária do Conselho Nacional de Águas (CNA) foi orientada pela vice-presidente da República, Esperança da Costa.

O Conselho Nacional de Águas - CNA, é um órgão permanente consultivo do Titular do Poder Executivo,  de coordenação e articulação entre os diferentes Departamentos Ministeriais,  ligados directa e indirectamente ao planeamento, gestão e utilização dos recursos hídricos, no contexto das bacias hidrográficas, quer nacionais, quer com­partilhadas pelo Estado Angolano.

Entre as atribuições do CNA constam, assegurar a coordenação e a articulação intersec­torial em matéria de recursos hídricos entre os diferentes Departamentos Ministeriais e outras entidades de direito público ou privado, incluindo as comunidades no processo de planeamento, em geral, dos recursos hídricos, da sua gestão e utilização sustentáveis.



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