Luanda – Os resultados do Recenseamento Geral da População e Habitação 2024 vão permitir ao Governo angolano elaborar o Plano Nacional de Aproveitamento de Dividendo Demográfico em Angola, anunciou, esta quinta-feira, em Luanda, o secretário de Estado para o Planeamento, Luís Epalanga.
Ao intervir na cerimónia de celebração dos 30 anos da Conferência Internacional de População e Desenvolvimento (CIPD), no ano de realização do Censo, que inicia a 19 de Setembro próximo, o dirigente sublinhou que o Ministério do Planeamento e o Fundo das Nações Unidas para a População definiram um plano de acção para elaboração desse projecto.
Acrescentou que, além do Censo, o plano envolve o Inquérito de Indicadores Múltiplos de Saúde e de outros estudos de base.
Luís Epalanga explicou que a elaboração surge no âmbito do Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN), que definiu como uma das principais prioridades a adequação da dinâmica demográfica ao potencial económico do país.
O secretário de Estado reforçou que o Governo tem trabalhado com os parceiros de desenvolvimento internacionais e nacionais, no sentido de impulsionar reformas que visam acelerar o desenvolvimento inclusivo e harmonioso das populações.
Acrescentou que as referidas reformas são feitas através de políticas que garantam a equidade do género e o empoderamento da mulher para a sua integração sustentável e inclusiva em todas as franjas da sociedade.
“Com este instrumento, estamos convencidos de que o país há-de reforçar as medidas de políticas necessárias para enfrentar os desafios decorrentes de uma população em ritmo crescente e maioritariamente jovem”, disse.
Avançou que até 2050 espera-se que a população angolana aumente dos actuais 35 milhões para perto de 70 milhões, pressupondo a redução da taxa de fecundidade, uma das mais altas do mundo, de cerca de 5,4 filhos por mulher para 3,2.
Por essa razão, Luís Epalanga defendeu a necessidade de garantir um futuro sustentável para o país, em que a população cresça a um ritmo que permita melhores condições de vida a todos os angolanos.
Por seu turno, a representante interina do UNFPA em Angola, Hege Wagan, realçou que, no actual contexto, a importância de dados precisos, oportunos e desagregados também não pode ser subestimada.
Segundo a responsável, essa informação é a pedra angular para a formulação de políticas e programas baseados em evidências que garantam que todos sejam incluídos no progresso e no desenvolvimento.
Reforçou que em Angola, o Censo/2024, o primeiro a utilizar ferramentas digitais de recolha de dados, será fundamental para atingir esse objectivo.
“Com o apoio técnico e infra-estrutural do UNFPA, esse Censo digital facilitará a divulgação atempada de dados georreferenciados, melhorando o planeamento do desenvolvimento, optimização da prestação de serviços em todos os sectores, incluindo cuidados de saúde sexual e reprodutiva”, sublinhou.
Acrescentou que o mesmo vai permitir melhorar os padrões de vida, a governação e a responsabilização, promovendo a equidade entre todos os grupos populacionais.
O evento sobre os 30 anos da Conferência Internacional de População e Desenvolvimento (CIPD) serviu para celebrar o 11 de Julho, Dia Mundial da População.
A data foi estabelecida pelas Nações Unidas, em 1989, para destacar a importância da dinâmica populacional e as suas implicações para o desenvolvimento sustentável e gestão ambiental. HM/QCB