Governo reafirma aposta na melhoria do ambiente de negócios

     Economia           
  • Benguela     Quinta, 25 Abril De 2024    15h22  
Secretário de Estado para o investimento público, Ivan dos Santos
Secretário de Estado para o investimento público, Ivan dos Santos
Domingos Cardoso-ANGOP

Lobito - Angola está a investir trezentos milhões de dólares para melhoria do ambiente regulatório e institucional, capitalizar investimentos públicos e privados, bem como melhorar o acesso ao financiamento e capacitação empresarial, no quadro do projecto Diversifica Mais.

Esta informação foi avançada hoje, nesta cidade ferroportuária, pelo Secretário de Estado para o Investimento Público, Ivan Marques dos Santos, na abertura do workshop de auscultação para elaboração do Plano Director do Corredor do Lobito.

Segundo o responsável, este montante é financiado pelo Banco Mundial, com a perspectiva de reduzir em vinte por cento o tempo de libertação e desalfandegamento de mercadorias e implementar ferramentas de automação para o comércio internacional.

Visa também impactar directamente doze mil empresas privadas, estruturar três infra-estruturas produtivas e facilitar 250 concessões de crédito, dos quais 66 serão direccionadas às Micro, Pequenas e Médias Empresas lideradas por mulheres.

"O Plano Director do Corredor do Lobito é um instrumento de carácter essencial para guiar os investimentos a serem feitos no projecto, permitindo identificar as prioridades e programar adequadamente as acções necessárias para a sua valorização", considerou.

Disse ainda que este instrumento terá em conta um grande impacto na integração regional, sendo perspectiva do país estimar devidamente os custos e benefícios para garantir a viabilidade do projecto e atrair investimento estrangeiro.

"A nossa perspectiva é que esse projecto não se traduza apenas em números, mas transforme vidas de jovens e mulheres, impulsionando ainda mais a nossa economia e transformando o Corredor do Lobito num canal para o desenvolvimento nacional de Angola”, esclareceu.

Ivan dos Santos afirmou que, para garantir o sucesso do Corredor do Lobito, Angola implementou uma série de medidas estruturantes, com ênfase no investimento público em infra-estruturas, melhoria do quadro legal para as parcerias público-privadas e na facilitação do investimento estrangeiro.

"Estas medidas têm como objectivo aproveitar, da melhor maneira, as infra-estruturas existentes e maximizar o seu potencial, com destaque para o Porto do Lobito, o Caminho de Ferro de Benguela (CFB), o Aeroporto Internacional da Catumbela, entre outras", afirmou.

O secretariado de Estado revelou que a estruturação e implementação dessas medidas têm contado com o apoio dos parceiros internacionais, através da assinatura de acordos de cooperação, protocolos e memorandos de entendimento, com vista a assegurar o crescimento económico integrado e sustentável do Corredor do Lobito.

"É neste contexto que se enquadra o Diversifica Mais, um projecto desenvolvido em parceria com o Banco Mundial e que tem como lema: Desbloqueando o Desenvolvimento Nacional", realçou Ivan dos Santos.

Corredor do Lobito

Com gestão privatizada, por um período de 30 anos, do consórcio “Lobito Atlantic Railway” (LAR), formado pelas empresas Vecturis, Trafigura e Mota Engil, o Corredor do Lobito abrange o Porto do Lobito, o Terminal Mineraleiro e o Caminho de Ferro de Benguela, cuja linha é de 1.344 quilómetros até à fronteira leste de Angola, ligando o Atlântico ao Luau.

Assim, atravessa a África Austral e afirma-se como um dos principais eixos de circulação de matérias-primas, produtos e mercadorias, não apenas dentro dos próprios países, mas sobretudo devido à conexão que estabelece com o mercado mundial.

Enquanto o Porto do Lobito assegura uma elevada percentagem do volume do comércio internacional na sub-região, o Caminho-de-Ferro interliga as províncias de Benguela, Huambo, Bié e o Moxico, na localidade do Luau, onde se conecta com a rede ferroviária da República Democrática do Congo (RDC) e da Zâmbia.

De entre os tráfegos vocacionados do CFB, como o transporte de contentores, combustíveis, materiais de construção, entre outros, destaca-se como potencialidade mais expressiva o de minérios provenientes da República Democrática do Congo, na região de Katanga, e da Zâmbia, em Copperbelt. TC/CRB

 

 

 

 





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