Luanda – A taxa de inflação em Angola vai continuar a ter uma tendência decrescente até Agosto próximo, caso se mantenha a actual trajectória de abrandamento dos preços mensais na economia nacional, segundo a Programação Macroeconómica Executiva (PME) 2024 do Governo angolano.
A meta de inflação projectada pelo Governo, até ao final deste ano, é de 19%, fruto do reforço da dotação orçamental para a campanha agrícola 2024/2025, da garantia soberana para o fomento da produção empresarial e a importação de bens alimentares de amplo consumo.
De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), a que a ANGOP teve acesso esta sexta-feira, a taxa de inflação mensal em Angola voltou a registar uma queda em Maio último, situando-se em 2,49%, o que representa uma redução de 0,12 pontos percentuais, em comparação com o mês de Abril.
Essa trajectória descendente surge pela segunda vez consecutiva neste ano, depois de um comportamento semelhante em Março.
Segundo a nota do INE, a redução da inflação foi impulsionada, principalmente, pela classe 1 do cabaz do Índice de Preço no Consumidor Nacional (IPCN), que abrange alimentação e bebidas não alcoólicas.
Essa classe registou uma variação de preço de 2,06% em Maio, uma diminuição significativa face aos 3,13% registados em Abril, sendo relevante que a alimentação e bebidas não alcoólicas constituem 55,66% do peso do IPCN.
Neste ano, a maior taxa de inflação no país foi registada em Abril, com 2,61%, seguida por 2,58% de Fevereiro. Já os meses de Janeiro e Maio tiveram as menores taxas, ambas cifradas em 2,49%.
As projecções indicam que, com a manutenção das políticas actuais e o reforço das medidas de controlo de preços, Angola poderá alcançar a meta de inflação estabelecida, contribuindo para a estabilidade económica e o bem-estar da população.
A Comissão Económica do Conselho de Ministros apreciou, quinta-feira última, uma proposta de lei que concede ao Presidente da República a autorização para a definição de um novo regime jurídico aplicável à regulação de preços na economia nacional.
A iniciativa, analisada durante a terceira reunião ordinária desse órgão, orientada pelo Presidente da República, João Lourenço, visa, essencialmente, criar um mecanismo institucional de acompanhamento dos preços de bens e serviços, que vai traduzir-se na descontinuidade gradual da regulação de preços, no longo prazo.
A medida será implementada mantendo uma mínima intervenção do Estado na economia, com maior espaço para a auto-regulação, crescimento e eficiência do mercado, contribuindo, deste modo, para o alcance da estabilidade económica. OPF/QCB