Luanda – O secretário de Estado para os Recursos Minerais, Jânio Victor, advogou hoje, em Luanda, a avaliação rigorosa do sector para materializar o potencial mineiro do país, cuja estimativa inclui mais de 40 milhões de quilates de reservas de diamantes.
Ao discursar na abertura do workshop sobre Avaliação e Classificação de Recursos e Reservas Minerais, o governante sublinhou ser este o caminho certo para tornar a indústria mineira cada vez mais forte, contribuindo de maneira sólida para o Produto Interno Bruto (PIB).
Explicou que o Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, no âmbito do Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN 2023-2027), tem-se empenhado em estruturar programas e desenvolver acções que visam contribuir para a diversificação da economia nacional.
Entre os principais objectivos do PDN, continuou, destaca-se a promoção da sustentabilidade e a inovação no sector, fundamentos essenciais para a consolidação de uma indústria mineira consistente e responsável.
Considerou que o lema do workshop “avaliação precisa, mineração transparente” evidencia não só a importância do encontro, mas também a missão que todos devem abraçar, enquanto profissionais e intervenientes, a diversos níveis, no sector em referência.
Segundo o secretário de Estado, a indústria mineira angolana vive um momento de significativo crescimento e afirmação, tornando as questões de transparência e conformidade nas suas operações como uma necessidade premente, ajustada às exigências de "boas práticas" internacionais e melhor adequação ao panorama jurídico interno.
“Diante desse quadro, aderimos, em 2022, à Iniciativa de Transparência na Indústria Extractiva (ITIE) e temos vindo a apresentar periodicamente os referidos relatórios, que estão à disposição do público”, frisou.
Por seu turno, o presidente do Conselho de Administração da Endiama-E.P, Ganga Júnior, destacou a importância do evento para o sector, permitindo fazer todo o planeamento mineiro, desde os projectos técnicos, económicos, estudos de viabilidade à fase da operação mineira.
Evocou alguns desafios que se assistem, nos últimos anos, ligados à subida crescente da comercialização e fabricação de diamantes sintéticos.
“Infelizmente, para nós que lidamos com diamantes naturais, é um desafio. Estamos, efectivamente, atentos a isto. Estamos inclusive a trabalhar para uma organização internacional, um conselho, uma associação de diamantes naturais”, explicou.
Em relação à produção, fez saber que deverá rondar os cerca de 14 milhões de quilates. “Indicativamente. Não estaremos muito longe”.
O workshop visou aprofundar o entendimento sobre as directrizes das normas internacionais para avaliação e classificação de recursos e reservas, bem como explorar a possibilidade de criação de uma task force nacional.
Teve igualmente com objectivo promover a capacitação de profissionais angolanos a “Competent Persons" (Pessoa Competente"), ou seja, trabalhadores qualificados e experientes que possuem conhecimento, formação e experiência técnica necessárias para a declaração, avaliação e classificação de Recursos e Reservas Minerais e a assinatura dos Relatórios Internacionais.
O workshop enquadra-se na dinâmica da segunda Conferência Internacional de Diamantes (AIDC-2024), a decorrer nos dias 23 e 24 do mês em curso, em Saurimo, província da Lunda Sul.
Constitui oportunidade única no sentido de conhecer e discutir diversos aspectos técnicos sobre classificação de recursos e reservas minerais, bem como aprofundar o conhecimento e a compreensão no domínio das melhores práticas internacionais, especialmente as normas estabelecidas pelo Committee for Mineral Reserves International Reporting Standards (CRIRSCO). HM/VC