Ondjiva – O Governo angolano vai criar, este ano, uma Unidade de Gestão para a manutenção e operação sistema de transferência de água do canal do Cafu para a zona de chanas, segundo o secretário de Estado para as Águas, Manuel Quintino.
Inaugurado em Abril de 2022 pelo Presidente da República, João Lourenço, o projecto tem um canal a céu aberto, numa extensão de cerca de 165 km, derivado da albufeira da secção do Cafu, no rio Cunene.
Em declarações, esta sexta-feira, à ANGOP, Manuel Quintino, disse que a Unidade de Gestão terá um coordenador, responsável técnico, adjunto e técnicos formados em hidráulicas, electrotécnicas, técnicos mecânicos, hidromecânicos e o pessoal administrativo.
“O sistema de transferência de água concluído há dois anos, por força de contrato a gestão, operação e manutenção ainda está na responsabilidade do empreiteiro, concretamente a empresa denominada Sinohydro Corporation”, lembrou.
Portanto, disse, a garantia é de três anos para o empreiteiro fazer o acompanhamento e, antes de cessar as funções, vai transferir os conhecimentos sobre o funcionamento, para a Unidade levar avante a sua missão, em 2024.
"Estamos aqui para uma missão de três dias, que envolve os técnicos do Ministério da Energia e Água, Agricultura e Florestais e do governo local, para a elaboração do relatório final que será apresentado às instâncias superiores, para a tomada de decisão", salientou.
Disse que foi dado ao grupo um mês para concluir o relatório com a proposta de uma visão do que será a Unidade de Gestão, reflectindo os aspectos de sustentabilidade do sistema das obras do Cafu.
O ministro realçou que também está a estudar-se os cenários para ver a franja que deverá estar isenta das taxas do consumo da água ao longo do canal, estando já identificados os médios e grandes produtores que serão abrangidos.
Estrutura do Cafu
O Projecto hídrico do Cafu é o primeiro de um lote de cinco do Governo angolano, criado no quadro do programa de acções estruturantes de combate à seca na região, que vai beneficiar 235 mil pessoas
Avaliado em 44 mil milhões, 358 milhões e 360 mil 651 kwanzas, a infra-estrutura está a permitir o abeberamento de 250 mil animais e a irrigação de cinco mil hectares de campos agrícolas.
No sistema, foram instaladas estruturas metálicas da câmara de aspiração e zona de tomada de água, edifício da subestação eléctrica, com três grupos geradores com capacidade de um megawats e reservatório unidimensional, além de painéis solares capazes de gerar 1.5 megawatts de energia.
O empreendimento contempla 30 chimpacas, com 100 metros de comprimento, 50 de largura, cinco a seis de profundidade e a capacidade de armazenamento de água que varia de 25 mil a 30 mil metros cúbicos.PEM/LHE/ASS