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Governo angolano investe USD 89 milhões no projecto “Cloud” nacional

     Economia              
  • Luanda • Quinta, 16 Fevereiro de 2023 | 17h39
Maquete das futuras instalações da Cloud, Nuvem Nacional de Angola
Maquete das futuras instalações da Cloud, Nuvem Nacional de Angola
Domingos Cardoso - ANGOP

Luanda – O Executivo angolano vai investir 89 milhões de dólares para a implementação da infra-estrutura da Nuvem Nacional de Angola, “Cloud”, cujo projecto foi apresentado esta quinta-feira, pelo Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MITTCS).

O projecto contempla a construção de dois Data Centers, sendo que o  principal edifício de dois andares pré-fabricado,  “modelar”, será  erguido numa  área de  5.320 metros quadrados, no distrito do Camama, Luanda, e a modernização do Data Center Backup, instalado no Centro Nacional de Dados, junto do Instituto das Telecomunicações (ITEL), no Rangel.

Os dois Data Centers serão interligados com um anel de fibra óptica de 50 gigabitts (G) por segundo, de acordo com o director do Instituto Nacional de Fomento da Sociedade de Informação (INFOSI), André Pedro.

A outra ligação terá a  capacidade de 10G por segundo, que será disponibilizada para a  interligação dos diferentes departamentos ministeriais ao Data Center principal.  

Fruto do Memorando de Entendimento assinado, em Dezembro de 2021, entre a multinacional Presight e o Executivo de Angola, o projecto vai permitir uma nuvem governamental unificada que será construída  sobre os Data Centers  que vão fornecer mais de 80 serviços.

O referido projecto prevê a migração das aplicativos “apps” existentes e a implementação de novos para  a “Cloud” unificada governamental. 

O Data Center principal vai albergar 204 armários de servidores, sendo a sua execução e apetrechamento estimado em 15 meses, tendo sido já contabilizado dois meses.

Augura-se com este projecto o surgimento de escritórios sem fio para os ministérios das Telecomunicações e Tecnologias de informação (MITTCS), o da Educação (MED)  e a Assembleia Nacional (AN).

De acordo com o director do INFOSI, além da construção dos dois Data Centers,  o projecto reserva a formação de técnicos e disponibilização dos serviços.

“Teremos maior segurança no que diz respeito aos dados dos cidadãos e disponibilização de serviços electrónicos”, referiu o responsável.

Com este projecto, acrescentou, aguarda-se a redução de filas de utentes em busca de serviços electrónicos, assim como a eliminação da lentidão que ainda  prevalece na prestação de serviços públicos.

A disponibilização do Cloud nacional estará estratificada em três níveis,  nomeadamente  o nível dos órgãos de soberania,  da administração do Estado  e da sociedade de informação.

Convergir  Data Centers dispersos

Tão logo for concluído o projecto,  previsto para o primeiro trimestre de 2024, todos os silos de Datas Centers dos departamentos ministeriais  serão transferidos nesta plataforma, o que vai permitir  poupanças para o Estado, na ordem dos 60%.

 Além de redução de custos, vai-se  também  reduzir a sobreposição de  investimentos a nível da construção do Data Centers, segundo André Pedro.

A título de exemplo, disse que manter a licença para  os correios  electrónicos institucionais, para que sejam invioláveis, o sector  tem custos na ordem de 15 milhões de kwanzas, por ano.

“ Se cada Ministério tiver um Data Center e se tiver que manter os serviços alojados, a manutenção  dessas licenças constituem um custo alto para  o Governo de Angola, por essa razão,  justifica-se a construção de um Cloud Nacional”,  referiu  André Pedro para  quem os Data Centers  dispersos  colocam em risco os  sistema de dados do país.

Segundo disse, os  Datas Centers independentes por cada ministério, com  vários padrões, entre os mais organizados  aos mais ou menos,  perigam  a segurança de informação de todos.

“Fica muito difícil termos um controlo cerado na forma  de disponibilização de dados, tendo em conta que existe uma diversidade de Data Centers dos vários departamentos ministeriais e  empresas públicas”, admitiu.   

Domínio. Ao será terciarizado

Segundo ainda o responsável, o INFOSI vai deixar de ser “ árbitro e jogador ”,  no que toca a questão da disponibilização do domínio.Ao.

O INFOSI, avançou, passará a ser simplesmente regulador do mercado, após conclusão da Cloud Nacional, dedicando-se a emitir licenças às empresas que serão responsáveis  pelo domínio.

O custo actual para a aquisição de um domínio.AO ronda os oito mil kwanzas por ano,  um valor que o sector vai manter ao terciarizar, e controlar para o preço da aquisição deste serviço electrónico.NE/AC





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