Luanda - Os gastos com a compra de gasóleo para a produção de energia eléctrica, em Angola, saiu de 230 mil milhões de kwanzas, em 2019, para 87 mil milhões nos últimos dois anos, com os resultados dos projectos estruturantes do sector eléctrico.
Contas compiladas pela ANGOP, com base nos números avançados, na terça-feira, pelo secretário de Estado da Energia, António Belsa da Costa, dão conta que o país passou a poupar 143 mil milhões de kwanzas sem a compra de toneladas métricas de diesel para grupos geradores.
Actualmente, no quadro dos investimentos feitos pelo Governo, o país passou a ter uma produção instalada de energia na ordem dos 5.9 megawtts, uma capacidade tida como "boa", em relação às necessidades do país.
O potencial actual conta com mais 3. 342 megawatts de produção de energia hídrica, além da térmica e híbrida.
Um dos maiores ganhos registados, neste quinquénio, segundo o responsável, foi a interligação do sistema Norte com o Centro do país, que permitiu reduzir significativamente o consumo de combustível para a produção de energia eléctrica, a nível do país.
A referida interligação foi através da linha de transporte da barragem hidroeléctrica de Cambambe (Cuanza Norte), Gabela (Cuanza Sul) a Quileva (Lobito), província de Benguela.
Falando na 6ª Edição do "CAFÉ CIPRA", iniciativa do Centro de Imprensa da Presidência da República, António da Costa realçou, de igual modo, os projectos da barragem hidroeléctrica de Cambambe, hoje com a sua primeira fase modernizada, o Laúca, um dos maiores projectos hidroeléctrico do país, com uma capacidade de 2.072 megawatts, entre outros produtos.
Dos "grandes" projectos estruturantes, destacou também o da diversificação da matriz energética, o Ciclo Combinado do Soyo, uma central térmica a gás de produção de energia, com a capacidade para 750 megawatts.
No campo das energias limpas, o país conta com oito centrais fotovoltaicas, que vão cobrir algumas zonas com défice de energia.
Entre os maiores projectos consta as duas centrais em construção no Biopoio e Baía Farta, em Benguela, com 188,8 Mw e 86 MW, respectivamente.
Conforme explicou, o Executivo aprovou projectos de implantação de centrais solares, abrangido, além de Benguela, as localidades do Cuito (Bié), Luena (Moxico), Bailundo (Huambo) e Saurimo (Lunda Sul).
Em curso estão os projectos de interligação do sistema do Huambo/Lubango, Lubango/Cahama, Cahama/Baynes, este último a ser erguido entre Angola e Namíbia.
O mesmo terá a capacidade de 600 megawtts, a razão de 300 megawatts para cada país.
Segundo disse, os investimentos aplicados impactaram positivamente na estabilização do financiamento de energia eléctrica no país.
A título de exemplo, dos resultados dos projectos, fez referência em torno do nível de produção e fornecimento de energia eléctrica sem restrições, mesmo com a redução das quedas pluviometricas registadas este ano.
Mas, admitiu a necessidade de o país ter mais potência, com a construção de subestações alternativas, para que a população não sinta quando for necessário efectuar-se manutenção no sistema.
Entretanto, será preciso mais investimento na rede de distribuição, para se fazer face ao superavit de energia registado no sector.