Luanda - O Fundo Soberano de Angola (FSDEA), na qualidade de representante do Governo angolano, tornou-se, recentemente, accionista do Banco de Comércio e Desenvolvimento da África Oriental e Austral (Grupo TDB), anunciou esta sexta-feira, em Luanda, o director regional desta instituição, Orlando Chongo.
O gestor, que falava à imprensa, à margem do 1º Fórum de Negócios sobre Oportunidades de Financiamento, decorrido hoje, em Luanda, clarificou que os activos financeiros do FSDEA no TDB se enquadram na parceria estratégica existente entre as duas instituições, que estão focadas, essencialmente, na criação de emprego e no fomento à exportação de bens e serviços que geram capital para o mercado angolano.
Questionado sobre qual é o capital do Fundo Soberano no banco, Orlando Chongo explicou que o nível de investimento da instituição angolana no TDB ainda tem de passar pelo processo de certificação e autorização do Ministério das Finanças, entre outros passos que devem ser dados.
Segundo o director regional desse grupo bancário, a parceria entre ambas instituições “abriu a janela” para as empresas angolanas terem acesso ao referido capital, através do Banco de Comércio e Desenvolvimento da África Oriental e Austral.
Além de ter acções no TDB, a fonte reconheceu que o FSDEA possui investimentos estratégicos em sectores chaves da economia nacional, com realce para o projecto de construção de uma planta integrada de produção de fertilizantes no município do Soyo, província do Zaire, a primeira infra-estrutura do género no mercado da SADC, de acordo com o director.
Por seu turno, o presidente do Conselho de Administração do Fundo Soberano de Angola, Armando Manuel, anunciou que, recentemente, o Governo angolano aprovou uma nova estratégia de investimentos desta instituição, que inclui uma revisão de alocação de activos, com foco especial na tomada de capital junto de instituições regionais em África.
Ao discursar no fórum, realçou que essa abordagem visa diversificar os retornos ajustados ao risco e criar oportunidades para fortalecer a cooperação entre as instituições financeiras do continente, procurando impulsionar o crescimento económico sustentável e promover a prosperidade das populações.
Com isso, Armando Manuel avançou que a iniciativa reflecte o compromisso de Angola com o progresso compartilhado a nível regional e continental.
Para o efeito, o gestor realçou que a organização do fórum visou reunir a comunidade empresarial e operadores do sector financeiro angolano, facto que simboliza a oportunidade de se colaborar em prol de um futuro mais promissor.
Durante o evento, o presidente e director executivo do grupo TDB, Admassu Tadesse, anunciou que o banco tem disponível uma carteira financeira avaliada em um bilião de dólares, para financiar projectos ligados, essencialmente, aos sectores da agricultura, saúde e infra-estruturas.
A presença desse gestor bancário no fórum enquadra-se na sua visita a Angola, que decorre de 25 a 30 deste mês, com vista o reforço das relações de cooperação entre o FSDEA e o TDB, bem como explorar novas oportunidades de investimento que contribuam para o desenvolvimento sustentável de Angola.
O 1º Fórum de Negócios sobre Oportunidades de Financiamento, realizado em um dia, juntou a classe empresarial angolana e entidades governamentais, que reflectiram sobre as várias formas de investimento de projectos que promovam o crescimento e o desenvolvimento socioeconómico do país.
A iniciativa do Fundo Soberano de Angola, em parceria com este banco, visou também promover a interacção entre empresários e as instituições financeiras.
Com essa parceria, Angola torna-se no 26º país africano em que o banco opera.
Fundado em 1985, o Trade and Development Bank Group (TDB Group), que representa cerca de 40% do Produto Interno Bruto (PIB) de África, é um grupo africano regional de financiamento ao desenvolvimento premiado, com o mandato de financiar e promover o comércio, a integração económica regional e o desenvolvimento sustentável.
Com uma base de activos de 10 mil milhões de dólares, o grupo TDB conta com 25 estados-membros africanos, que, juntamente com países não regionais e investidores institucionais de África, Europa e Ásia, formam a comunidade de accionistas deste banco. QCB/VC