Cuito – O coordenador regional do Fundo de Garantia de Crédito (FGC), Maísa Bumba, avaliou esta segunda-feira, na cidade do Cuito, província do Bié, o estado de algumas empresas locais que se submeteram aos financiamentos públicos.
A acção, segundo Maísa Bumba, que coordena as províncias de Benguela, Huambo e Bié, visa constatar de perto a realidade dos empresários face ao período de carência dos reembolsos dos empréstimos, em função dos projectos.
Para a celeridade dos processos, os empresários, sobretudo os do Bié e Huambo, já podem se deslocar à cidade do Lobito, na província de Benguela, que conta, desde o ano passado, com uma agência deste organismo.
Para isso, Maísa Bumba solicitou os empresários a trabalharem com afinco no sentido de tornarem elegíveis as suas empresas, para qualquer tipo de benefício público, dentro dos programas que actuam.
Fazem parte dos programas de crédito as Linhas de Apoio aos Projectos Sustentáveis (LAPS), que compreende empresas do ramo agrícola, pecuária, pescas, turismo e sector produtivo, que concorrem para um financiamento de até 200 milhões de kwanzas.
Existe tambem os Projectos de Desenvolvimento da Agricultura Comercial (PDAC), que têm como público-alvo as micros, pequenas, médias empresas e empresários individuais, que estão virados na produção do milho, café, soja, mandioca, batata-doce e rena, doce, ovos e frangos.
A estes podem concorrer para um financiamento até 1,5 milhões de dólares norte-americanos.
Há ainda o programa que visa a Garantia de Apoio à Produção (GAP), que se estende para suinicultura, pesca artesanal, continental, marítima, frutas tropicais, café, trigo, arroz, farinha, algodão e outros, num montante de até cinco milhões de dólares.
Na fazenda GJCC, por exemplo, situada na localidade de Caquereua, na comuna do Cunje, existe um campo de 500 hactares preparado para a produção do trigo, soja, milho e feijão.
O seu proprietário, Gil Chindai, informou em declarações à ANGOP que, para o efeito, solicitou um financiamento de forma faseada de aproximadamente 250 milhões de kwanzas, um valor inicial para a produção destes cereais.
De forma experimental, o fazendeiro lançou-se também para a produção do gado bovino, caprino e suíno, que, até ao momento, segundo afirmou, há bons resultados a julgar pelos níveis de procriação.
Existe neste momento no curral 40 bois, contra os 20 iniciais. Já os cabritos começou com 100, estando agora em 350 animais.
Já na fazenda AVIPAL, que produz ovos em grande escala, actualmente debate-se com a falta de ração para alimentar as 25 mil 720 galinhas poedeiras.
Mesmo assim, as aves, distribuídas em dois lotes, entre novas e velhas, produzem diariamente 16 mil 380 ovos por dia.
De acordo com o chefe de produção da fazenda, Sebastião Chivinda, os níveis estão muito baixos comparado com os níveis já alcançados anteriormente.
O responsável, que não avançou o valor que a empresa necessita de empréstimos, disse que, com a carência de ração, as aves são apenas alimentadas duas vez por dia, contra as quatro refeições anteriores.
O director do Gabinete Económico e Integrado no Bié, Figueiredo Canguende Numbi, disse que existem na província pouco mais de 15 mil agentes económicos, destes, mais de mil candidataram-se para os diversos financiamentos públicos.
Da triagem feita, disse que apurou cerca de trezentos processos que estão devidamente organizados e já remetidos aos órgãos competentes para os passos subsequentes junto do Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA).
Até a presente data, contabilizam-se já o financiamento de mais de duzentos empresários no âmbito doPrograma Integrado de Desenvolvimento do Comércio Rural (PIDCR).
Contudo, Figueiredo Numbi prometeu um trabalho mais aturado, no sentido de acompanhar de perto todos os beneficiários, no sentido de orientá-los a cumprir com as metas do Executivo, que visam o fomento da produção local.LB/PLB