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Fundo Africano de Garantia dispõe USD 100 milhões para MPME no país

     Economia              
  • Luanda • Segunda, 27 Março de 2023 | 16h14
Fundo de Garantia de crédito e African Guarantee Fund, assinam acordo
Fundo de Garantia de crédito e African Guarantee Fund, assinam acordo
Domingos Cardoso - ANGOP

Luanda - O Fundo Africano de Garantia (AGF) dispõe de 100 milhões de dólares norte-americanos, para os próximos 10 anos, no quadro da prestação de linhas de garantias financeiras às micro, pequenas e medias empresas (MPME) junto da banca nacional em Angola.

Também conhecido na língua inglesa como “African  Guarantee Fund” é uma  instituição financeira não bancária, que tem  por missão apoiar as instituições financeiras na concessão de financiamento às pequenas e médias empresas em África.

A disponibilização do referido montante resulta da assinatura de um Memorando de Entendimento entre o Fundo de Garantia de Crédito (FGC) de Angola e o Fundo Africano de Garantia, um acordo que prevê contribuir para o desenvolvimento e promoção de soluções financeiras, alinhadas com as necessidades específicas das PME.

O documento foi assinado, por parte do FGC, pelo presidente do Conselho de Administração, Luzayadio Simba, e do AGF, Jules  Ngakam, um evento  testemunhado pela secretaria de Estado para o  Orçamento e Investimento publico,  Juciene de Sousa, representantes do Banco Nacional de Angola, entre outros parceiros.

O Memorando tem ainda como objectivo, identificar e orientar as pequenas e medias empresas que pretendam obter financiamento através das linhas de garantias, bem como apoiar  no desenvolvimento, organização contabilística e financeira das referidas empresas.

De acordo com o presidente do Conselho de Administração, Luzayadio Simba, em cada ano, o AGF vai disponibilizar USD 10 milhões, no período de 10 anos, perfazendo o 100 milhões de dólares.

Para o responsável, trata-se de novas oportunidades em matéria de garantia de crédito, para o empresariado nacional constituído, essencialmente, pelas PME e empreendedores singulares.

“Pretendemos com este Memorando, assegurar que as MPME  tenham acesso facilitado às linhas  de financiamento  para a materialização dos seus respectivos  projectos junto da banca comercial, através de  garantias públicas, que serão asseguradas pelo FGC em parceria com AGF”, garantiu.

Para Luzayadio Simba, o referido Memorando surge num contexto em que se impõem a adopção de medidas proactivas no sentido de se explorar o actual cenário macroeconómico que é caracterizado por moderado crescimento da economia do país, após sucessivos anos de recessão económica.

A referida parceria  vai implicar uma contribuição de 50% cada de garantias  a serem  disponibilizadas  pelo FGC e AGF, de acordo com os projectos que  foram apresentados pelas empresas à banca comercial.

  AGF tem sete biliões de dólares 

Na sua intervenção, Jules Ngankam, PCE do  AGT, a instituição está a facilitar  sete  biliões de dólares em financiamento  de pequenas e medias empresas em mais de 200 instituições em África, via do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).

 “Hoje queremos replicar todo o sucesso que temos  em vários países  em África e aqui em Angola”, afirmou Jules Ngankam, destacando a importância do acordo, que se prevê  reforçar  as parcerias  sul-sul, abrangendo mais países,  partindo do Quénia (Sede do Fundo), para  Angola, Senegal, Cote d´Ivoire, Benim e outros países.

Comprometem-se em promover a facilitação  financeiras e crescimento das MPME em Angola, reduzindo os riscos  assumidos.

De acordo com dados de estudos avançados pelo responsável, em África, as MPME contribuem com 80%  de novos empregos  também contribuem  com 30%  do  Produto Interno Bruto (PIB), uma redução considerada ainda muito reduzida se comparado com outros países como Europa, entre 40% a 50%, e na Ásia, até 60%.

No seu entender, as MPME são muito activas, quer no sector privado quer no sector informal, mas precisam de muito apoio, como a sua capacitação.

Admitiu também que as MPME enfrentam vários desafios, em África, ligadas a qualidade das infra-estruturas, ambiente de negócios, acesso à energia eléctrica, água e finanças.

Referindo-se particularmente sobre Angola,  diz ser um país onde são  muitos baixos os custos para se começar um negócio nas MPME, mas quando tem o assunto for desenvolvimento do negocio ou obter  financiamento dos bancos, continua a ser um “calcanhar de Aquiles”.NE 



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