Luanda - O Fundo Africano de Garantia (AGF) dispõe de 100 milhões de dólares norte-americanos, para os próximos 10 anos, no quadro da prestação de linhas de garantias financeiras às micro, pequenas e medias empresas (MPME) junto da banca nacional em Angola.
Também conhecido na língua inglesa como “African Guarantee Fund” é uma instituição financeira não bancária, que tem por missão apoiar as instituições financeiras na concessão de financiamento às pequenas e médias empresas em África.
A disponibilização do referido montante resulta da assinatura de um Memorando de Entendimento entre o Fundo de Garantia de Crédito (FGC) de Angola e o Fundo Africano de Garantia, um acordo que prevê contribuir para o desenvolvimento e promoção de soluções financeiras, alinhadas com as necessidades específicas das PME.
O documento foi assinado, por parte do FGC, pelo presidente do Conselho de Administração, Luzayadio Simba, e do AGF, Jules Ngakam, um evento testemunhado pela secretaria de Estado para o Orçamento e Investimento publico, Juciene de Sousa, representantes do Banco Nacional de Angola, entre outros parceiros.
O Memorando tem ainda como objectivo, identificar e orientar as pequenas e medias empresas que pretendam obter financiamento através das linhas de garantias, bem como apoiar no desenvolvimento, organização contabilística e financeira das referidas empresas.
De acordo com o presidente do Conselho de Administração, Luzayadio Simba, em cada ano, o AGF vai disponibilizar USD 10 milhões, no período de 10 anos, perfazendo o 100 milhões de dólares.
Para o responsável, trata-se de novas oportunidades em matéria de garantia de crédito, para o empresariado nacional constituído, essencialmente, pelas PME e empreendedores singulares.
“Pretendemos com este Memorando, assegurar que as MPME tenham acesso facilitado às linhas de financiamento para a materialização dos seus respectivos projectos junto da banca comercial, através de garantias públicas, que serão asseguradas pelo FGC em parceria com AGF”, garantiu.
Para Luzayadio Simba, o referido Memorando surge num contexto em que se impõem a adopção de medidas proactivas no sentido de se explorar o actual cenário macroeconómico que é caracterizado por moderado crescimento da economia do país, após sucessivos anos de recessão económica.
A referida parceria vai implicar uma contribuição de 50% cada de garantias a serem disponibilizadas pelo FGC e AGF, de acordo com os projectos que foram apresentados pelas empresas à banca comercial.
AGF tem sete biliões de dólares
Na sua intervenção, Jules Ngankam, PCE do AGT, a instituição está a facilitar sete biliões de dólares em financiamento de pequenas e medias empresas em mais de 200 instituições em África, via do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).
“Hoje queremos replicar todo o sucesso que temos em vários países em África e aqui em Angola”, afirmou Jules Ngankam, destacando a importância do acordo, que se prevê reforçar as parcerias sul-sul, abrangendo mais países, partindo do Quénia (Sede do Fundo), para Angola, Senegal, Cote d´Ivoire, Benim e outros países.
Comprometem-se em promover a facilitação financeiras e crescimento das MPME em Angola, reduzindo os riscos assumidos.
De acordo com dados de estudos avançados pelo responsável, em África, as MPME contribuem com 80% de novos empregos também contribuem com 30% do Produto Interno Bruto (PIB), uma redução considerada ainda muito reduzida se comparado com outros países como Europa, entre 40% a 50%, e na Ásia, até 60%.
No seu entender, as MPME são muito activas, quer no sector privado quer no sector informal, mas precisam de muito apoio, como a sua capacitação.
Admitiu também que as MPME enfrentam vários desafios, em África, ligadas a qualidade das infra-estruturas, ambiente de negócios, acesso à energia eléctrica, água e finanças.
Referindo-se particularmente sobre Angola, diz ser um país onde são muitos baixos os custos para se começar um negócio nas MPME, mas quando tem o assunto for desenvolvimento do negocio ou obter financiamento dos bancos, continua a ser um “calcanhar de Aquiles”.NE