Luanda– O Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou, esta sexta-feira, a instauração de uma nova ferramenta de financiamento para apoiar as micro, pequenas e médias empresas do ramo agrícola em África, incluindo Angola.
O instrumento, de acordo com Emmanuel Macron, vai permitir que pequenas e médias empresas do sector agrícola possam fazer “decolar” pequenos projectos africanos estruturados em várias vertentes.
Falando no encerramento do Fórum Económico Angola/França, que decorreu de 02 a 03 do mês em curso, Macron refere que as referidas empresas vão trabalhar com instituições financeiras como a “Business France” e o Banco Público de Investimento Francês (BPIF) , com quem vão desenvolver as capacidades de produção local.
“ Este instrumento vai permitir investir em pequenas e médias, justamente para poder fazer decolar pequenos projectos africanos estruturados”, avançou, sustentando que a mesma ferramenta financeira vai permitir que haja um arranque das capacidades de produção.
Em Angola, em particular, diz que quer contribuir “fortemente” na parceria económica e responder aos desafios do país, com o auxílio das associações empresariais dos dois países, sem qualquer imposição, mas com interesses recíprocos.
O Presidente francês afirmou ser bom o facto de Angola começar a virar as atenções para a diversificação da economia, depois da dependência nos sectores dos diamantes e petróleo.
Ao seu ver, a diversificação vai melhorar o ambiente de negócios, tornando-o mais atractivo e adequado à abertura internacional.
Para o efeito, Mácron aponta o processo de capacitação profissional como sendo fundamental, manifestando parceria nesta vertente, que pode ser feita via digital em vários domínios.
Neste contexto aponta a produção agrícola como uma das vias que permitirá a saída da economia informal, por, no seu entender, aumentar as perspectivas de exportação e potencialização, permitindo também uma “soberania” alimentar.
Segundo Emmanuel Macron, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia obrigou ao lançamento, em 2022, da iniciativa “Farm ”, uma experiência que vai ajudar a circular os cereais, insumos e fertilizantes na Europa e África, bem como apoiar os países do continente berço a produzirem.
"Será uma parceria com o engajamento de Angola, para uma produção agrícola que poderá permitir o aumento dos níveis de produção e das exportações", reforçou.
No quadro da parceria estabelecida entre empresas do sector privado dos dois países já foram definidas prioridades como milho, mandioca, soja, algodão, cereais, café, pecuária, entre outros.
Dados disponíveis dão conta que mais de 70 empresas francesas operam em Angola.
As exportações de petróleo de Angola para França rondam os 400 milhões de dólares norte-americanos.
A França pretende alterar e aprofundar as relações comerciais com Angola, no âmbito da diversificação económica em curso no país.
Constam das prioridades questões ligadas à industrialização, particularmente nos domínios da logística, distribuição e agronegócio. NE/VM