Luanda - A secretária de Estado das Pescas, Esperança Costa, considerou nesta terça-feira, em Luanda, que as formações de biotecnológicas podem alavancar a economia azul e contribuir para o crescimento da economia nacional, tendo em conta a dinâmica actual.
Actualmente, na economia azul, o subsector da pesca extractiva em Angola produz, anualmente, pelo menos, nos últimos três anos, entre 300 a 400 mil toneladas/ano, das quais 30% representa a pesca artesanal marítima.
A governante fez tal pronunciamento durante o workshop sobre "Gestão e sustentabilidade dos serviços do sistema ecológico marinho”, que decorreu sob o lema “Prevenir a poluição e encorajar soluções para um oceano saudável", enquadrado nas actividades do 08 de Junho, Dia Internacional dos Oceanos.
Esperança Costa entende que há toda uma necessidade de se desenvolver as ciências e tecnologias do mar, aliadas as biotecnologias.
A secretária de Estado explicou ainda que Angola possuí elevados recursos hídricos e pesqueiros, com um litoral com 1.650 quilómetros de costa, mas debate-se com constrangimentos específicos relacionados com a frota e infra-estruturas de apoio às actividades conexas da pesca.
“ Por isso, estamos empenhados na avaliação e monitorização dos recursos e da influência do clima na preservação da vida nos oceanos e no desenvolvimento económico sustentado, com o apoio da cooperação a nível regional e também global", assegurou.
Desta forma, as gerações futuras poderão beneficiar da completa variedade de bens e serviços fornecidos pelos ecossistemas, em concordância com o Código de Conduta da FAO para uma pesca responsável.
Segundo Esperança Costa, o Estado angolano está a aprimorar o quadro legal para a protecção dos pescadores artesanais, com o fortalecimento de medidas que garantam sistemas de governança inclusivos e as melhores condições de segurança no mar.
Nesta senda, Angola criou um sistema integrado de patrulhamento ao longo da costa e continua a regulamentar para, com base na legislação e normas vigentes, poder assegurar uma pesca responsável e equilibrada.
Para estar em consonância com os instrumentos internacionais, Angola aprovou, por Decreto Presidencial, o Acordo sobre as Medidas do Estado Reitor do Porto, juntando-se aos esforços da comunidade internacional, para combater as más práticas que impõem elevadas perdas económicas.
O subsector da pesca artesanal marítima licencia, anualmente, seis mil embarcações e tem empregado, actualmente, 50 mil pescadores, ao longo da faixa litoral.
No quadro dos esforços, Angola, com o apoio do Fundo das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), está a desenvolver programas que promovem e impulsionam a criação de negócios e novos investimentos.
Oceanos e seus recursos na sustentabilidade económica e social do mundo
Segundo pesquisas, os oceanos têm uma grande importância ecológica, económica, política e sociocultural. São os responsáveis pelo regulação do clima, proporcionam alimentação, lazer, transporte e geram renda.
Por conta disso, os oceanos são fundamentais para a sobrevivência da espécie humana e de todos os seres vivos do planeta.
Os mesmos cobrem mais de 70% da superfície terrestre, somam 97% da água do planeta, concentram um número imenso de espécies, mantêm um grande estoque de alimentos e guardam reservas minerais.
Muitos dos recursos minerais utilizados são extraídos do fundo do mar, como o magnésio, que é utilizado em ligas metálicas, especialmente com o alumínio.
Ainda do mar é retirado o bromo é utilizado na indústria alimentar, farmacêutica e fotográfica, bem como o sal de cozinha (cloreto de sódio).
Inclui-se nos produtos do mar as algas marinhas que fornecem cerca de 55% do oxigénio do planeta, pois o excesso de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera é absorvido pelas águas.