Luanda - A directora Nacional das águas, Elsa Ramos, apontou hoje o Fórum Nacional de Água e Saneamento (FONAS) como uma plataforma técnica importante para a mobilização de recursos, que vai contribuir para melhorar a coordenação do sector das águas e potenciar o engajamento dos potenciais interessados.
Falando na abertura do Fórum Nacional de Água e Saneamento (FONAS), que se realizou hoje, em Luanda, sublinhou que o FONAS deve ser o ponto de auxílio entre iniciativas de projectos e a sua efectividade técnica e contínua, através de um apoio constante de entidades do sector, colocando ao dispor a capacidade técnica disponível para se reflectir para além do Estado.
Disse que o Fórum integrará os vários sectores, incluindo a sociedade civil, procurando apresentar um contributo para a melhoria da situação actual, atendendo as experiências existentes em outros países, que “poderão servir de modelos para que Angola não possa repetir o que se tem verificado noutras paragens”.
Lembrou que existe em Angola um conjunto de órgãos e entidades dedicadas ao sector de águas, saneamento e higiene, nomeadamente o Conselho Nacional de Águas, Instituto Regulador dos Serviços de Electricidade e de Água (IRSEA), poderá erradamente ser entendido como também as atribuições e competências que o FONAS poderá ter.
“O Conselho Nacional de Águas é um mecanismo de apoio ao detentor do Poder Executivo. O FONAS será uma plataforma técnica que somente tem como atribuição a difusão da informação do sector, visando preencher a lacuna existente no contacto com os doadores e financiadores, em espacial, de carácter internacional, bilateral ou multilateral”, explicou.
Por seu turno, o representante adjunto do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em Angola, Andrew Trevett, enalteceu o Executivo angolano pelo estabelecimento do Fórum Nacional do Sector de Água e Saneamento de Angola, como uma plataforma essencialmente técnica, de potenciação da articulação e colaboração entre as entidades sectoriais.
“Com a implementação do FONAS, Angola junta-se a vários países que já implementam plataformas de coordenação sectorial, com um impacto importante na melhoria de resultados para o sector da água e saneamento”, destacou.
Em seu entender, os desafios são enormes, se se olhar para os dados do último Inquérito de Indicadores Múltiplos e de Saúde, apontando que um pouco mais de metade dos agregados familiares, cerca de 53% tem acesso a fontes de água apropriada para beber, 67% dos quais nas áreas urbanas e 32% nas áreas rurais.
Disse que acções concertadas podem contribuir para alcançar melhorias no cenário actual.
O Fórum Nacional de Água e Saneamento (FONAS) realizou-se em Luanda, no âmbito do Dia Mundial da Água, que se comemora a 22 de Março.
Este encontro debateu temas como "Os Desafios Financeiros do Sector de Água e Saneamento”, “Segurança e Resiliência Climática no Sector de Água”, “Problemática do Saneamento em Angola” e o “Saneamento nas Cidades Costeiras”.
O FONAS resulta do facto de, em 2018, a Direcção Nacional de Águas (DNA) receber o apoio financeiro do UNICEF para proceder à contratação de assistência técnica internacional para o estudo de um organismo que se convencionou designar de fórum Nacional de Águas e Saneamento (FONAS). HEM/PPA
