Luanda - O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê, para Angola, uma inflação média ao ano em torno de 21%, em 2022, e 15%, para 2023, disse hoje, em Luanda, o seu representante residente, Marcos Rietti Souto.
Falando na cerimónia de apresentação do relatório sobre as perspectivas económicas regionais da África Subsariana do FMI, sublinhou que, nas últimas projecções para Angola, cujo relatório foi divulgado divulgado em Outubro, o Fundo prevê, igualmente, um crescimento de 2.9% para esse ano e 3.4% 2023.
“As projecções são encorajadoras, mas é importante que se mantenham vigilantes relativamente à política económica, considerando um cenário externo de muita incerteza que estamos todos a vivenciar”, disse.
Marcos Rietti Souto frisou que a agricultura é um sector natural, onde “Angola já foi um grande produtor de culturas como café, mas há espaço para o crescimento de telecomunicações, comunicações, serviços financeiros e também para indústria transformadora”.
O representante do FMI reconheceu o esforço do Governo angolano para se reduzir a dívida pública.
Crescimento do PIB na África Subsariana
Segundo o relatório, a recuperação da África Subsariana foi subitamente interrompida, sendo que, no ano passado, a actividade na região começou finalmente a recuperar, tendo o crescimento do PIB em 2021 aumentado para 4,7%.
De acordo com o mesmo relatório, o crescimento deverá abrandar este ano em mais de 1 ponto percentual, situando-se em 3,6%.
O relatório do FMI diz que a África Subsariana deve dar prioridade as questões ligadas à insegurança alimentar, onde existem 123 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar aguda, em toda a região, o aumento dos preços dos bens alimentares e da energia coloca muitas vidas em risco.
Segundo o documento, a resolução deste problema é uma clara prioridade, mas a capacidade de expandir rapidamente as redes de segurança social é limitada em muitos casos, pelo que alguns países optaram por se virarem para medidas de apoio dispendiosas e mal direccionadas.