Firmeza de Angola manter sua quota de produção petrolífera marca semana económica

     Economia           
  • Luanda     Sábado, 02 Dezembro De 2023    10h39  
Plataforma petrolífera (Foto Ilustração)
Plataforma petrolífera (Foto Ilustração)
Divulgação

Luanda – A manutenção da proposta de Angola produzir 1.180 milhões barris de petróleo bruto por dia, em 2024, diante da deliberação da OPEP, que reduziu a quota do país para 1.110 milhões, esteve entre os principais destaques da área económica da ANGOP, nesta semana que termina hoje, sábado.

A posição do Governo angolano surgiu na sequência da 36ª Reunião Ministerial da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e seus aliados, realizada via vídeo-conferência, que deliberou uma quota de produção de 1.110 milhões de barris de petróleo bruto por dia para Angola.

Pelo facto da decisão não ter sido tomada por unanimidade e ser contra a posição de Angola, durante a reunião, o Governo angolano reiterou a sua proposta de produzir 1.180 milhões barris de petróleo bruto/dia para o ano de 2024. Na sequência dessa posição, Angola enviou uma nota de protesto ao Secretariado Geral da OPEP.

Porém, o Governo recordou ainda que Angola é membro da OPEP há mais de 16 anos e durante este período tem cumprido, cabalmente, com todas as suas obrigações, bem como tem partilhado dos esforços que os países signatários da Declaração de Cooperação desta Organização e seus aliados (OPEP+) têm desenvolvido, com vista a estabilizar o mercado petrolífero internacional.

O Orçamento Geral do Estado angolano para 2024 prevê uma produção petrolífera média de 1.6 milhões barris/dia, estimando um preço médio de 65 dólares/barril.

No âmbito da diplomacia económica, a manchete da semana foi o início de uma nova era na parceria estratégica entre Angola e os Estados Unidos da América (EUA), com a garantia de mais financiamento norte-americano em sectores-chave da economia angolana. 

Este facto ficou patente durante o encontro histórico entre o Presidente dos EUA, Joe Biden, e o seu homólogo angolano, João Lourenço, que visou o reforço das relações diplomáticas e da parceria económica ancorada, maioritariamente, no domínio dos petróleos.

Durante o encontro entre os dois Chefes de Estados, apontou-se a agricultura, as telecomunicações, as energias renováveis, a refinação de petróleo, o comércio, a exploração do espaço, a defesa e segurança como o novo foco dos investidores americanos e dos respectivos Estados.

Actualmente, Angola é o terceiro maior parceiro comercial dos EUA na África Subsaariana, tendo o petróleo como um dos principais activos dessa parceria estratégica, mas há a sinalização dos dois Governos em dinamizar o comércio.

Outro destaque desta semana foi a inauguração do projecto diamantífero Luele, que conta com uma mina com reservas estimadas em mais de 600 milhões de quilates de diamantes.

Localizada na comuna de Mona Quimbundo, em Saurimo (Lunda Sul), Luele é considerada maior mina de Angola e estima-se que os diamantes sejam explorados até 600 metros de profundidade, bem como espera-se a criação de três mil postos de trabalho directos, até 2026.

Nesta semana,  também foi destaque o anúncio da realização do primeiro Fórum para Investidores na Região Angolana do Okavango, a decorrer de 17 a 22 de Janeiro de 2024, em Menongue, na província do Cuando Cubango.

Este evento servirá para apresentar aos investidores nacionais e estrangeiros as potencialidades e oportunidades de negócio existentes nesta localidade.

Sob o lema “Explorando as oportunidades de negócio”, o Fórum permitirá, igualmente,  a troca de experiências entre os empresários que operam no turismo da região transfronteiriça de Angola como outro objectivo do Fórum.

A realização desse certame enquadra-se no  projecto da Área Transfronteiriça de Conservação do Okavango/Zambeze (ATFC-KAZA), que, para além de Angola, abrange a Zâmbia, o Zimbabwe, Botswana e a Namíbia.

Em Angola, a ATFC-KAZA está situada na província do Cuando Cubango, abrangendo os municípios do Cuito Cuanavale, Dirico, Mavinga e Rivungo, onde estão localizados os parques nacionais de Mavinga e Luengue-Luiana.

Esse projecto, que visa promover alianças na gestão de recursos biológicos e culturais, é o maior destino eco-turístico a nível mundial, ligando 36 áreas de conservação dos cinco países, tendo a maior reserva de água doce do universo, a maior população contígua de elefante africano, mais de 200 mil, mais de 600 espécies de aves, 128 de répteis, 50 de anfíbios e diversos tipos de invertebrados, bem como várias tipologias de animais em vias de extinção. 

Marcou, igualmente, a semana a assinatura do acordo para evitar a dupla tributação entre a República de Angola e a Confederação Helvética da Suíça, cujos signatários foram a ministra angolana das Finanças, Vera Daves de Sousa, e o embaixador helvético, Lukas Gasser.

Na ocasião, a governante angolana considerou que a eliminação da dupla tributação propicia um ambiente de negócios favorável e contribui para o desenvolvimento sustentável.

Também foi destaque a realização do Fórum sobre sustentabilidade no sistema financeiro angolano. a notícia em que o governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Manuel Tiago Dias, considerou o Sistema financeiro embrionário, relativamente ao nível de maturidade sobre questões de sustentabilidade ambiental, o governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Manuel Tiago Dias, referiu que Angola encontra-se numa fase embrionária neste domínio.

Um outro facto que marcou a semana foi o anúncio de que a Zona Económica Especial (ZEE) começará a fabricar soro fisiológico a partir de 2024.

O facto resulta de acordo assinado entre a ZEE e o grupo empresarial “Jampur”, para exploração de três unidades fabris a partir de 2024, neste parque industrial, num investimento inicial de cerca de 10 milhões de dólares norte-americanos. OPF/QCB





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