Caculo Cabaça - O ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, afirmou, no Cuanza Norte, que o financiamento para continuidade das obras da barragem de Caculo Cabaça está acautelado.
Sem entrar em pormenores, o governante informou que estão em curso várias soluções de financiamento para a concretização da barragem.
João Baptista Borges, que falava à imprensa no final da visita às obras do empreendimento, assegurou que, independentemente de alguns constrangimentos verificados desde o início dos trabalhos, como a reestruturação do projecto, o Executivo continua empenhado na captação de recursos financeiros com vista ao cumprimento dos prazos.
De acordo com o projecto, o primeiro grupo gerador entra em funcionamento em Outubro de 2026.
Relativamente ao “abrandamento” nos pagamentos ao empreiteiro, o ministro esclareceu que se deve a aspectos burocráticos da parte chinesa, enquanto financiadora da componente civil, assim como de um banco alemão, financiador da empresa Voith, encarregada do fornecimento dos equipamentos electromecânicos.
Aclarou que, do montante global da empreitada, a cargo da empreiteira China Gezhouba Group Company Limited (CGGC), USD 3 mil milhões estão destinados à escavação geral, construção da galeria, casa de força, túneis de restituição e o paredão.
Os restantes USD 1.2 mil milhões destinam-se à aquisição dos equipamentos electromecânicos, como turbinas, alternadores, sistemas elevatórios e de comandos, assim como a ponte rolante.
Neste momento, decorrem trabalhos de remoção de resíduos no perímetro do paredão, após a conclusão, em Maio, do processo de desvio do rio.
Informou que este processo vai permitir o aumento da mão- de- obra, que passará dos actuais 2 mil e 300 efectivos para seis mil e quinhentos operários até finais de 2024.
Por outro lado, disse constatar com satisfação a melhoria das condições de acomodação e de trabalho para o pessoal.
Caculo Cabaça é um marco de empregabilidade no país
A vice-governadora do Cuanza Norte para o sector Político, Económico e Social, Luzia Bartolomeu José, considerou que a edificação da barragem hidroeléctrica de Caculo Cabaça, no município de Cambambe, constitui um marco de empregabilidade da juventude local e de outras províncias.
A responsável sublinhou o facto de muitos jovens encontrarem o primeiro emprego nesta obra e assegurarem o sustento das suas famílias.
Com a construção da barragem, afirmou, o Governo do Cuanza Norte obtém ganhos adicionais, porque além da produção de energia e a promoção do emprego, há a componente cultural, pela integração de mão-de-obra de diversas províncias.
Luzia José afirmou que no Cuanza Norte é visível o impacto das barragens construídas no perímetro do médio Kwanza, na medida em as sedes dos dez municípios estão electrificadas, o que propicia o desenvolvimento.
Caculo Cabaça é o quarto empreendimento em construção no perímetro do médio Kwanza, depois de Cambambe (província do Cuanza Norte), Capanda e Laúca, em Malanje, cujas obras tiveram início em 2017, com um grau de execução actual na ordem dos 12, 56 porcento do cronograma global da obra, orçada em USD 4,2 mil milhões.
Terá um paredão de 113 metros de altura e 85 de largura, comportando duas centrais eléctricas, sendo uma subterrânea, equipada com quatro grupos geradores, com capacidade para gerar 530 megawatts (MW) cada.
A segunda, central ecológica, com características de fio de água, é destinada à regularização do impacto ambiental e vai produzir 52 MW, para uma potência instalada global de 2. 172 MW.
João Baptista Borges orientou uma reunião técnica do Ministério da Energia e Águas com as empresas envolvidas no projecto. MF/IMA/CRB
