Luanda - O Fundo de Garantia de Crédito (FGC) vai alienar, por via da Bolsa da Dívida e Valores de Angola (BODIVA), activos e participações recuperados do Programa Angola Investe (PAI), extinto em 2018.
O Fundo, adstrito ao Ministério das Finanças, chegou a participar no Programa Angola Investe, tendo concedido garantia a mais de 150 empresas, das quais 40% não deram os resultados desejados, ou seja, tiveram insucessos.
Sem precisar o valor global por ser recuperado, o administrador executivo do Fundo, Eduardo Mohamed, referiu apenas que os casos mais críticos representam um valor na ordem dos 20 mil milhões de kwanzas.
O referido programa, hoje descontinuado e substituído por outros, foi criado pelo Governo para apoiar o financiamento de projectos de investimentos às micro, pequenas e médias empresas.
O mesmo era operado por bancos comerciais nacionais e coordenado pelo Ministério da Economia e Planeamento, em parceria com o Fundo de Garantia de Crédito.
A iniciativa, o Angola Investe, vigorou cerca de quatro anos, e naquele período foram concedidos, 120 mil milhões de kwanzas, para financiar 515 projectos.
O Governo chegou a participar com a concessão de crédito na ordem de 55 mil milhões de kwanzas, que serviram para bonificar os juros, capitalizar os fundos de garantia e de capital de risco.
Desta feita, a recuperação e alienação dos activos por via da Bolsa constitui também uma oportunidade para as empresas, além de investidores nacionais e estrangeiros.
No quadro da recuperação dos activos que estão ligados aos sectores da agricultura, industria e pescas, fundamentalmente, o Fundo tem um programa traçado para o pagamentos dos accionamentos dos bancos comerciais, e depois marcar outro passo para a reaver as acções com o apoio da banca envolvida neste processo.
O programa elaborado é de três anos, segundo Eduardo Mohamed que falava à imprensa à margem da assinatura do Memorando de Entendimento entre a sua instituição e a BODIVA.
"No âmbito do primeiro programa angola investe que muitas empresas beneficiaram, entre pequenas e médias empresas tivemos também alguns insucessos que a banca privada accionou ao Fundo de Garantia e Fundo faz aqui o seu papel em termos de recuperação", admitiu.
Acrescentou que, o "core business" do fundo não é gerir estas pequenas e médias empresas, dai a necessidade dos mesmos serem passados aos mercado por via do leilão.
O responsável garantiu que algumas empresas não perderão os seus espaços, no caso dos proprietários de fazendas, mas instrumentos serão encontrados para a recuperação dos fundos.NE