Luanda – O segundo dia da Feira Nacional da Pesca Artesanal Marítima, Continental e Aquicultura, que decorre de 25 a 27 deste mês, em Luanda, ficou marcado pela fraca afluência de visitantes e clientes nos stands instalados na parte exterior do Pavilhão Multiusos do Kilamba, deixando desanimado alguns expositores.
Para Florinda dos Santos, uma das feirantes e vice-presidente da Cooperativa Salakiaku da Barra do Dande (Bengo), neste sábado, a feira esteve “muito fraca”, por se registar pouca presença de visitantes e compradores de peixe, comparativamente ao primeiro dia, que teve maior afluência e interacção entre os participantes.
Em declarações à ANGOP, a expositor apontou ainda a falta de um Terminal de Pagamento Automático (TPA) no seu stand como outro factor que impede a comercialização do peixe.
A Cooperativa Salakiaku, que se dedica ao processamento e comercialização do peixe seco, expõe na feira diversos tipos de pescado, como a corvina, sofia, raia, viola, o bagre, cachucho e bacalhau, com preços que variam de mil a 10 mil kwanzas, dependendo da tipologia e quantidade.
Quem também se mostrou desanimada com a fraca afluência de visitantes à feira é a expositora Elizete Mário, membro da cooperativa de pesca artesanal e agropecuária “Muhatu Wambote”, que deu nota negativa aos dois dias do evento.
Perante esse cenário, a comerciante de peixe seco, em Luanda, convida aos clientes a visitarem a feira, no sentido de estreitarem cada vez mais as relações comerciais.
Contrariamente à fraca procura do pescado, a farinha de peixe é um dos produtos que mais atrai os clientes na feira, como confirma Armando Moçâmedes, um dos expositores e empresário.
Segundo o empresário, que se dedica na transformação dos recursos pesqueiros, no município do Sumbe (Cuanza Sul), trouxe para a feira quatro toneladas de farinha de peixe, sendo uma por encomenda e as restantes quase que já foram vendidas, fruto da maior procura deste produto, que serve para alimentar os animais.
De acordo com o empresário, os visitantes afluíram de forma razoável o seu stand, nos dois primeiros dias, facto que permitiu trocar contactos e fazer negócio.
A “Fiscalização pesqueira”, “Segurança alimentar”, “Estado da aquicultura comunal em Angola” e “Avaliação das perdas pós-captura” marcaram o ciclo de conferencias do segundo dia da Feira Nacional da Pesca Artesanal Marítima, Continental e Aquicultura, que termina este domingo (27).
No primeiro dia do evento, os feirantes tiveram a oportunidade de se inteirar sobre a linha de crédito (quatro produtos financeiros) do Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA), que visa apoiar financeiramente o sector das pescas e aquicultura.
Para o último dia, está agendado mais um ciclo de conferências com diversos temas, bem como atribuição de certificados aos expositores mais destacados.
Enquadrada na “Semana dos oceanos”, assinalada neste mês, a primeira edição da Feira Nacional da Pesca Artesanal Marítima, Continental e Aquicultura tem como objectivo criar espaço de interacção entre as cooperativas, associações dos pescadores, vendedoras, processadoras de pescado exporem os seus produtos e fomentar cada vez mais o negócio dos recursos pesqueiros.
O evento, que conta com participação de mais de 70 cooperativas e várias empresas do sector, é uma realização do Ministério da Agricultura e Pescas, em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).