Cuvango –Cem toneladas de carne bovina devem ser colocadas no mercado até ao final deste ano pela fazenda pecuária Mumba, fixada nas margens do rio Cubango, no município do Cuvango, província da Huíla.
O investimento de 60 milhões de dólares, que começou a ser implementado desde 2015, pretende assumir-se como um dos grandes players da criação de gado melhorado de corte e tornar o país auto-suficiente em proteína animal.
Em declarações à ANGOP, o CEO para o agro-negócio da Mumba, Nuno Paulo, fez saber que a fazenda está, no seu matadouro na Humpata, a abater 60 bois por semana e até Outubro tinha colocado no mercado perto de 400 toneladas de carne nos mercados da Huíla, Luanda, Benguela, Huambo, Cabinda, Lunda Norte e Lunda Sul, registando um acréscimo de 25 por cento/ano.
Informou que o empreendimento dispõe de seis mil animais, mas a projecção aponta para dentro de dez anos esse número crescer para mais de 120 mil, mediante um investimento em um programa de reprodução por inseminação artificial que arranca já em 2023, com auxílio de parceiros brasileiros.
“Temos gado de raça e temos uma outra linha do gado regional que adquirimos aos criadores tradicionais para manter a quota de abate que o mercado que necessita”, frisou.
Nuno Paulo sublinhou que para conseguir os mercados que almejam, o conceito integração é fundamental, como forma de produzir a proteína animal a baixo custo, pelo que a inseminação artificial é o caminho.
Conforme a fonte, foram feitas já 600 este ano e outras três começaram a ser preparadas para executar entre Novembro deste ano a Março de 2023, pois a meta é dentro de oito anos abater 30 mil animais ano, mas manusear um rebanho de 120 mil bois.
A Huíla assume-se como a detentora do maior efectivo ganadeiro do país, com mais de três milhões de bovinos, 90 por cento dele nas mãos de criadores tradicionais, que nos últimos anos estão a perder parte do rebanho devido a seca e doenças.
Segundo dados do ministério da Agricultura, até 2017, o país produziu mais de 2,1 milhões de quilogramas de carnes diversas, sendo 77. 958 Kg de bovina, 41.357 kg de suína, 93.711 kg de caprina, 24.847 de ovinos e um milhão, 936 mil e 176 quilogramas de frango, relatório que aponta para a necessidade, no mínimo, de 10 kg de carne/ano para cada cidadão.
Com 700 empregados, na sua maioria locais, a fazenda prevê formar jovens interessados em pecuária e agricultura, por formas a tornar a região uma zona com gado e produtos alimentícios de qualidade.
O projecto, que teve início em Maio de 2015, num espaço total de 300 km quadrados, já tem montados quatro silos verticais com a capacidade para quatro mil toneladas de cereais cada, e outros oito horizontais de duas mil toneladas/cada, para armazenar proteína vegetal destinada a ração para os animais.