Luanda - A falta de infra-estruturas rodoviárias e a dificuldade de acesso à água para irrigar os campos, com vista a acelerar a produção agrícola, está a condicionar o aumento da produção da Agro Quiminha, afirmou hoje o secretário-geral da cooperativa dos militares, Silvério Agostinho.
De acordo com Silvério Agostinho, a produção de produtos como milho, mandioca, tomate, batata, pode dobrar até mil toneladas por ano, mas a falta de água, aliada à falta de electricidade e à dificuldade de escoamento de produtos tem condicionado o aceleramento.
Explicou que, do ponto de vista de produção, podiam produzir muito mais, mas as dificuldades que enfrentam impedem de produzir até a capacidade instalada, estimada em 530 toneladas ano,” explicou.
O líder associativo, que falava à margem do encontro mantido com a 4ª comissão de trabalho especializada da Assembleia Nacional, frisou que tais constrangimentos cooperam para a não dinamização da economia por via da agricultura.
Referiu que precisam ainda de apoios ligados a questões financeiros e que têm vindo a bater portas, a programas como PRODESI (Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações). Entretanto continuam a aguardar desde o ano de 2009.
Precisou que a cooperativa debate-se ainda com dificuldades de infra- estruturas sociais, tais como hospitais ou postos médicos, que permitam garantir o atendimento médico-medicamentoso, bem como escolas e lugares de lazer.
Por seu lado, o vice-presidente da 4ª comissão da Assembleia Nacional, Paulo Carvalho, disse que os técnicos agrícolas devem estar mais presentes na vida dos agricultores de Luanda assim como de outras províncias, de forma a dar resposta à diversificação da economia.
“Vamos fazer advocacia junto do Executivo, de modos a haver maior apoio a esses agricultores, com vista a garantir maior desenvolvimento da economia do país”, frisou.
Sobre a Quiminha
O Pólo Agrícola da Quiminha é um dos investimentos públicos que visa o aumento da produção interna e redução as exportações de bens alimentares.
Encontra-se localizado no município de Icolo e Bengo, em Luanda, e começou a ser executado em 2012, dois anos depois de ser aprovado pelo Executivo em Conselho de Ministros. O empreendimento agrícola está instalado numa área de cerca de cinco mil hectares.
Investimento público na Quiminha está avaliado em cem milhões de dólares.
Dentre as cooperativas que mantiveram encontro com a 4ª comissão constam a Nova Cooperativa Agrária da Quiminha, “Agro-Kiminha” , Cooperativa Sacrifício, Cooperativa dos Reformados Militares “Terra e Água”, e Cooperativa Kasukulu. JAM/PPA