Lubango - Pelo menos 300 micro e pequenas empresas, de 440 filiadas ao Fórum Angolano de Jovens Empreendedores (FAJE) na Huíla, encerraram as suas actividades, nos últimos sete anos, situação atribuída à uma alegada “falta de incentivos fiscais e de financiamento”.
O número representa 68,2 % de membros falidos, sobretudo nas áreas de comércio e prestação de serviços, de 2017 a 2024, afectando mais de mil e 500 colaboradores, segundo o coordenador regional Sul do Fórum Angolano de Jovens Empreendedores (FAJE), Piedade Pena.
Em declarações à ANGOP, o responsável afirmou que o crédito na província da Huíla “não é estável” porque a maior parte das empresas continua a fechar e a Administração Geral Tributária (AGT) é tida como uma das “maiores” razões nesse processo.
“Nós enquanto empresários achamos que as medidas que deviam ser tomadas pelo Executivo e Governo local, deveriam passar primeiro pela isenção ou um perdão fiscal, algo que não aconteceu e apresentamos isso porque muita das empresas estão na falência e o Estado é o maior devedor destas, daí a necessidade da criação de políticas para financiar essas empresas”, manifestou.
A nível do FAJE, segundo a fonte, os jovens na área de prestação de serviços, comércio e hotelaria, que são a maioria, ainda não tiveram financiamento da banca.
Ressaltou que as restantes, 140, ainda funcionam, mas estão em risco e caso não haja um programa do Governo e de instituições como o Ministério das Finanças e AGT, até ao final do ano, podem fechar.
Pena referiu tratar-se de empresas ligadas à hotelaria que ainda têm empresas funcionais, e algumas de outras áreas que tiveram de se reinventar, passando para o sector primário (a agricultura), nas vertentes de produção, escoamento e transformação.
Salientou que apesar que os financiamentos em unidades de transformação ainda serem reduzidos, há um incentivo na produção, na transformação e no escoamento, enfrentando desafios no armazenamento, dentro da cadeia e conservação das pequenas indústrias transformadoras.
Para o gremista, a promoção de subcontratações públicas por meio dos serviços e o pagamento da dívida pública são a soluções para os problemas que os empreendedores vivem. EM/MS