Sumbe – A Fábrica de Rebenefício do Café-JMV Limitada no Sumbe, província do Cuanza Sul, procedeu hoje, quinta-feira, através do Porto Comercial do Lobito, a exportação para Europa, de 18 toneladas de Café.
De acordo com a informação do proprietário, José Manuel Ventura, a ANGOP, trata-se da primeira exportação efectuada, fruto do investimento do Projecto de Desenvolvimento da Agricultura Comercial (PDAC).
“ Efectuamos, nesta quarta-feira, a transportação de um contentor de 20 pés, isto é, de 18 toneladas de café comercial robusta Cazengo, dos cafeicultores da província do Bengo e do Cuanza Norte, e hoje mesmo, através do Porto do Lobito, o navio seguiu para Europa”, disse.
Para este mês, estão, igualmente, previstas 38 toneladas a ser exportadas para Europa.
Falando sobre a qualidade do café, esclareceu que cumpre com os padrões exigidos pela Organização Internacional do Café, “ o que nos assegura a necessidade de continuarmos a processar para a exportação”.
Sobre as valências da fábrica como o pilar para a exportação, disse que custou Kz 60 milhões por via do PDAC, cujos valores financeiros foram disponibilizados pelo Banco Mundial(BM) e do Banco de Fomento Angola(BFA).
Inaugurada no dia 12 de Dezembro, a unidade fabril, segundo a fonte, tem capacidade para processar 280 toneladas de café por mês, em dois turnos, podendo dobrar o processamento em função da demanda dos clientes.
Da sua cadeia produtiva, a JMV Limitada, que torra anualmente 40 toneladas de café, prevê exportar em Janeiro de 2025, cerca de 36 toneladas.
Historial do café na região
A produção do café no município do Amboim começou em 1893 na comunidade do Assango e até 1923 a produção atingiu uma tonelada e meia, contando com três mil famílias.
Com a conclusão do Caminho-de-Ferro, em 1923, a produção foi aumentada, atingindo sete mil toneladas que gradualmente era armazenada na cidade do Porto Amboim, onde era exportada para Portugal, Estados Unidos e Holanda.
Em 1960 a produção atingiu 14 mil toneladas e já na década de 1970 chegou a 40 mil toneladas de café, fruto do melhoramento do comércio rural. Após a independência, a produção caiu e só em 1980/1990 passou-se a produzir entre 700 e mil toneladas.
No Amboim, das 170 fazendas de café cadastradas, apenas em 30 produz-se com regularidade, o que perfaz uma área de dois mil hectares de camponeses e mais de 500 hectares de empresas agrícolas.LC/AC