Fábrica de sumos do Bocoio pode ser montada brevemente

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  • Benguela • Sexta, 24 Maio de 2024 | 20h06
Plantação de ananás na fazenda Tchela - Matchati na província do Huambo
Plantação de ananás na fazenda Tchela - Matchati na província do Huambo
Pedro Parente

Lobito - Depois de oito anos de tentativas, a fábrica de sumos no município do Bocoio, província de Benguela, pode ser montada brevemente, num espaço de quatro a cinco meses, soube a ANGOP.

A propósito, o fazendeiro Manuel Rodrigues informou que vai receber, dentro de dias, o título de propriedade e logo a seguir vai contactar o Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA) para o respectivo financiamento.

"Como já há certeza da montagem da fábrica, vamos voltar a produzir, mas estou preocupado porque a plantação do ananás demora dois anos", exclamou.

O empresário explicou que havia paralisado a produção porque perdeu 120 hectares de ananá por falta de escoamento.

Esta situação afectou igualmente outros produtores da região do Monte Belo, zona de maior produção, tornado o produto escasso.

Como consequência, o preço do ananás subiu, chegando a custar, naquela zona, mil e quinhentos kwanzas a unidade, valor que anteriormente se pagava por uma bacia com cinco unidades.

"Tenho de fazer tudo de novo. Estou a criar uma cooperativa e depois vou formular o convite aos associados. Há  necessidade de termos um projecto e não contar apenas com a fábrica que vai ser montada", afirmou.

Segundo Manuel Rodrigues, actualmente são cerca de 360 associados e quer ver se consegue chegar aos 600, para que a fábrica possa funcionar sem sobressaltos.

Outro constrangimento, segundo ele, tem a haver com a duficuldade dos seus colegas em conseguirem também o título de propriedade para garantir que as terras são deles.

"Penso que o Instituto Geográfico e Cadastral de Angola (IGCA) deve facilitar os agricultores a conseguir este documento, porque só com ele podem conseguir financiamento bancário para trabalhar", assegurou.

Afirmou que, neste momento, a produção ainda é feita por etapas, principalmente por  não haver um sistema de irrigação mecanizado.

"Estive recentemente num estágio no Brasil, onde aprendi técnicas para produzir o ananás, todos os meses", revelou.

Questionado sobre a perspectiva de exportação, afirmou que tem recebido solicitações de vários países, principalmente da África do Sul.

Para ele, o maior constrangimento é "o péssimo estado das estradas", que tem impedido o escoamento do produto, do campo para as cidades.

Assegurou que a solução passa pelo Governo criar condições para resolver a situação e facilitar a vida dos produtores.

"Os acessos estão mal e quando chove, não se consegue circular", queixou-se o empresário.

A fazenda do empresário tem 214 hectares, mas, neste momento, apenas 75 estão ocupados com a fruta. TC/CRB 

 





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