Fábrica de Fertilizantes do Soyo vai produzir mais de um milhão de toneladas de Urea/ano

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  • Zaire • Terça, 04 Junho de 2024 | 21h13
Planta da futura fábrica de fertilizantes do Soyo/Zaire
Planta da futura fábrica de fertilizantes do Soyo/Zaire
Pedro Vidal -ANGOP

Soyo- Um milhão e 300 mil toneladas de fertilizantes nitrogenados (Urea) serão produzidas, anualmente, a partir do segundo trimestre de 2027, na Fábrica de Fertilizantes em construção no município do Soyo, província do Zaire, tornando o país auto-suficiente neste domínio.

Consta que, anualmente, o país importa cerca de 300 mil toneladas de fertilizantes (Urea) para satisfazer as necessidades internas, sendo que a futura fábrica do Soyo gerará um excedente que poderá servir para a exportação, soube esta terça-feira a ANGOP.

O projecto de fertilizantes do Soyo, de iniciativa do Consórcio denominado AMUFERT, está a ser implementado na zona de Kintambi, periferia da cidade, numa área bruta de 152 hectares, 45 dos quais para a implantação da unidade fabril.

No local decorrem trabalhos de desmatação e compactação dos solos que se seguirão à implantação da fábrica que, numa primeira fase, gerará 4.700 empregos directos e indirectos, sendo que outros 1.200 postos de trabalho serão criados na sua operacionalização.

Para o efeito, uma comitiva integrada por representantes de bancos credores, investidores privados nacionais e estrangeiros e técnicos ligados ao projecto constatou, esta terça-feira, o cronograma da implementação do projecto.

Em companhia do governador do Zaire, Adriano Mendes de Carvalho, os visitantes receberam explicações detalhadas sobre o curso da obra, incluindo as infra-estruturas acessórias.

O director do projecto, Adriano Lams, que apresentou as acções já executadas e por executar, explicou que foram deslocadas, reassentadas e compensadas três mil e 500 famílias que se encontravam no local.

Falou também da limpeza efectuada no terreno pelo Instituto Nacional de Desminagem (INAD), sem contudo ter encontrado algum tipo de engenho explosivo não detonado, assim como dos trabalhos de topografia, estudos de geotecnia e outros.

Destacou o fornecimento anual à futura fábrica de 25 milhões de MMBTU/NG/Y de gás natural, sendo a principal fonte para a produção da Ureia, assim como da construção de um tapete rolante com cerca de oito quilómetros que ligará a unidade fabril ao porto comercial do Soyo, para o escoamento da mercadoria (fertilizantes) aos navios de forma automática.

Assegurou que a fábrica entrará em pleno funcionamento no segundo trimestre de 2027, já com as suas infra-estruturas acessórias, como a energia eléctrica, água e gás, assim como de suporte logística, estas últimas a ser implantadas no porto comercial do Soyo.

Os fertilizantes nitrogenados (Ureia) são derivados da amónia, que é obtida a partir da transformação química do gás natural.

A Urea é o fertilizante mais consumido a nível global, sendo que a sua composição é 46% de Nitrogénio na forma de amidas (compostos orgânicos), tida como excelente para adubações de diversas culturas.

Este adube, responsável por manter o crescimento e o desenvolvimento saudável de raízes, caules e folhas, é considerado ideal para a produção do milho, feijão, trigo, da cana-de-açúcar, do café e de hortaliças.  

Governador valoriza geração de postos de trabalho

O governador do Zaire, Adriano Mendes de Carvalho, em declarações à imprensa, destacou o facto desta unidade fabril prever a criação de milhares de postos de trabalho, tendo defendido o recrutamento da mão-de-obra local.

Apelou para a necessidade do apoio às comunidades locais, no âmbito da política de responsabilidade social do Consórcio da futura fábrica, com realce para o fomento da actividade desportiva, com destaque para o futebol.

Disse acreditar no progresso social da província, a julgar pelo volume de empreendimentos estruturantes em curso no Soyo e nas demais circunscrições do Zaire. PMV/JL 





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