Soyo - Contrariamente ao projecto inicial, que previa apenas a produção de Amónio e Urea, a futura Fábrica de Fertilizantes do Soyo, província do Zaire, passará para uma unidade integrada para o processamento do fertilizante do composto NPK.
O facto foi anunciado esta terça-feira, na cidade do Soyo, pelo ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino de Azevedo, frisando que o Fosfato é o terceiro componente a ser adicionado ao projecto para a produção do pretendido composto NPK.
Para o efeito, o ministro lembrou que o seu sector atribuiu, há dias, em Luanda, um título mineiro, a um investidor que se propõe a explorar Fosfato na zona de Kinzau, comuna do Tomboco, para atender, também, às necessidades do futuro complexo industrial de fertilizantes do Soyo.
“Começamos pela produção de Amónio e o projecto evoluiu para os fertilizantes do composto NPK”, enfatizou Diamantino de Azevedo, numa cerimónia de apresentação dos aspectos que envolvem os preparativos para o início da construção da planta ao Afreximbank, a entidade financiadora.
O NPK, isto é Nitrogénio (N), Fósforo (P) e Potássio (K) é um composto amplamente utilizado para a adubação de solo e o cultivo de plantas que, além de cuidar da nutrição, o trio impede, também, as doenças e pragas e promove o crescimento saudável das plantas.
A primeira pedra para a construção da fábrica de fertilizantes do Soyo, um projecto a cargo do consórcio AMUFERT, foi lançada em 2022, na zona de Kintambi, periferia da cidade do Soyo, abarcando uma área total de 152 hectares, dos quais 45 hectares reservados para a planta industrial.
O projecto, que terá uma capacidade de produção anual de 3,8 milhões de toneladas de fertilizantes, está avaliado em USD 2.3 mil milhões e deverá criar, na fase da sua construção, 3500 postos de trabalho directos e indirectos dos 4700 previstos.
Nesta visita ao local da obra, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás fez-se acompanhar pelo presidente do Conselho da Administração do African Export Import Bank (Afriximbank), Benedict Oramah, a entidade financiadora do projecto.
Por sua vez, o presidente do Conselho de Administração do Afriximbank, Benedict Oramah, afirmou que o projecto da futura fábrica de fertilizantes do Soyo demonstra a capacidade de África de aproveitar as reservas naturais de que dispõe para a melhoria da sua segurança alimentar.
Ao intervir na cerimónia de apresentação do projecto à sua entidade financiadora africana, o gestor disse haver poucas fábricas de fertilizantes no mundo, para quem os conflitos e guerras latentes em várias regiões do planeta provocaram o aumento galopante dos preços de comercialização destes compostos.
Informou que, de 2021 a 2022, registou-se uma subida dos preços de fertilizantes no mercado mundial na ordem dos 60%, nomeadamente a Urea e o Fosfato, prevendo que essa tendência se mantenha nos próximos anos.
“A manter-se essa tendência inflaccionária dos fertilizantes, os agricultores africanos serão os mais penalizados por não possuírem a capacidade financeira de adquirir estes adubos”, ressaltou.
Segundo o responsável, essa situação poderá concorrer para a diminuição da produtividade, agravando, ainda mais, a já frágil situação de segurança alimentar do continente.
Manifestou o orgulho de participar na edificação deste complexo industrial de fertilizantes que acredita irá contribuir na melhoria do acesso facilitado aos adubos a nível do país e do continente.
O Banco Africano de Exportação e Importação (Afreximbank), com sede no Cairo (Egipto), é uma instituição financeira multilateral pan-africana, criada para financiar e promover o comércio intra e extra-africano.
A cerimónia contou com a presença do governador do Zaire, Adriano Mendes de Carvalho, do PCA da Sonangol, Sebastião Martins, secretário de Estado para o Petróleo e Gás, José Alexandre Barroso, o presidente do grupo OPAIA e responsável do consórcio AMUFERT, Agostinho Kapaia, entre outros convidados. PMV/JL