Luanda - Angola exportou 94,41 milhões de barris de petróleo bruto, com uma facturação de cerca de 7,77 mil milhões de dólares norte-americanos, durante o primeiro trimestre de 2024, ao preço médio ponderado de USD 82,29/barril.
O volume das exportações representa um aumento de 7,02%, comparativamente ao primeiro trimestre de 2023.
No ano transacto registou-se 88,2 milhões de barris e uma facturação de 6,94 mil milhões de dólares, segundo o director do Gabinete de Estudos, Planeamento e Estatística (GEPE) do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Alexandre Garrett.
Ao apresentar os resultados do desempenho da indústria petrolífera angolana, no primeiro trimestre deste ano, o responsável referiu que, em relação ao quarto e último trimestre de 2023, as exportações do período em análise registaram uma diminuição de 8,43%.
Quanto ao valor bruto arrecadado na venda do petróleo angolano (Brent), nos primeiros três meses deste ano, disse haver um acréscimo de 11,93%, em relação ao período homólogo de 2023, embora tenha se registado uma diminuição de 10%, comparativamente ao 4º trimestre do ano passado.
À semelhança da situação observada nos trimestres anteriores, Alexandre Garrett avançou que a China continuou a ser o principal destino das exportações do petróleo bruto angolano, importando cerca de 49,65% do volume total.
Destaca-se ainda como destino a Índia, com 13,12%, a Espanha (8,76%), a Indonésia (6,93%), a França (4,33%) e os Estados Unidos da América (4,11%).
Do volume exportado, 26,66% pertence a ANPG, 15,78% a Sonangol, enquanto entre as companhias internacionais destacaram-se a Azule Energy (16,25%), a TotalEnergies (11,68%), a SSI (7,01%), a Esso (6,99%), a Cabgoc (6,99%) e a Equinor (5,99%).
No período em análise, as principais ramas comercializadas foram Dália, com 12,53%, Mostarda (12,09%), Nemba (9,10%), Pazflor e Cabinda (7,19%).
A propósito da apresentação desses resultados, a ocorrer hoje e sexta-feira, em Luanda, o secretário de Estado para Petróleo e Gás, José Barroso, sublinhou que o preço do Brent no mercado internacional teve uma tendência crescente e positiva, influenciado por diversos factores, como a continuidade das tensões geopolíticas no Médio Oriente e do conflito armado entre a Rússia e a Ucrânia, assim como a intenção da OPEP em estender os cortes de produção até ao segundo trimestre de 2024.
Concorreram igualmente para a estabilidade do preço a diminuição da produção da Líbia, resultante da paralisação no campo Sharara, e a interrupção da produção dos EUA, devido ao inverno mais frio.
Paralelamente a esses factores, consta também a redução das exportações de petróleo bruto do Iraque e da Arábia Saudita, além das perspectivas optimistas da OPEP e de outras agências internacionais quanto à procura do petróleo bruto.
Por outro lado, apontou que o aumento da produção nos Estados Unidos de América (EUA), as preocupações sobre o fraco desempenho económico da Zona Euro e da China, bem como a valorização do dólar norte-americano impactaram negativamente nos preços do Brent no mercado internacional.
A par disso, prosseguiu, influenciaram também de forma negativa o adiamento dos cortes das taxas de juros pela Reserva Federal americana e o aumento da produção dos EUA, no período em análise.
Durante os dois dias do evento, denominado “Outlook”, vão ser apresentados as realizações feitas pelas petrolíferas que operam em Angola e da concessionária nacional ANPG, ao longo dos primeiros três meses, assim como será feita a análise e perspectivas de mercado do Brent.
Quanto à exploração petrolífera, Angola continua a produzir entre 1,1 milhão e 1,2 milhão de barris de petróleo por dia. QCB/VC