Lubango - Pelo menos 48 milhões 600 mil 505 dólares foram investidos na exploração de ouro, desde 2019, no País, revelou hoje, terça-feira, no Lubango (Huíla), o administrador executivo da Agência Nacional dos Recursos Minerais (ANRM), João Chimuco.
De acordo com a fonte, o País possui 24 projectos de prospecção, 17 dos quais inoperantes e oito em exploração, um deles parado, estando localizados nas províncias da Huíla, Cunene, Huambo, Cabinda, Bengo, Cuanza Norte e Zaire.
Falando sobre o quadro actual da prospecção e exploração de ouro, no âmbito do primeiro seminário sobre mineração do metal precioso em Angola, o administrador afirmou que o valor consta de um pacote de USD 278 milhões 623 mil 312 a serem investidos até 2022.
O montante global a investir nos próximos cinco anos, no segmento da exploração, é de USD 327 milhões 223 mil 518 USD.
Por outro lado, disse terem sido investidos outros 14 milhões de dólares na prospecção, processo que ainda vai absorver mais de 41 milhões até 2022 e 56 milhões nos próximos cinco anos.
Disse que esses números resultam do balanço das visitas técnicas efectuadas, este ano, a projectos mineiros por técnicos e especialistas do ministério de tutela, da ANRM e do Instituto Geológico de Angola (IGEO).
As visitas tiveram a finalidade de diagnosticar e uniformizar os procedimentos da actividade e propor um quadro normativo para a comercialização de Ouro, que permitia facilitar e beneficiar os intervenientes no processo.
Dupla concessão na exploração mancha actividade
De entre os constrangimentos, segundo João Chimuco, estão a actividade intensa de garimpo, a sobreposição de concessões, interferência excessiva das autoridades provinciais e associações comunitárias, bem como dificuldades na circulação de técnicos nacionais e expatriados por força da Covid-19.
As dificuldades nos acessos às áreas mineiras, conforme a fonte, estão igualmente a limitar a circulação de meios e equipamentos de trabalho, agravado com à fraca capacidade de operacionalização e organização de algumas empresas e falta de energia da rede pública.
João Chimuco destacou a necessidade de adopção de medidas mais rígidas no acto de outorga de direitos mineiros, pois muitas empresas possuem títulos mineiros, mas não têm capacidade financeira, técnica e operacional.
Quanto ao garimpo, o responsável fez saber que tomou proporções alarmantes, situação que preocupa pelo facto de que para além de cidadãos nacionais, observa-se a presença de muitos estrangeiros ilegais.
Todavia, defendeu a implementação “urgente” de programas específicos de monitoramento e asseguramento das áreas concessionadas, com a intervenção das forças de defesa e segurança.
Ainda de acordo com ele, apesar de haver produção, a quantidade ainda é incipiente, mas ainda assim foi comercializada no mercado internacional e considerando as exigências no processo de certificação e comercialização do produto, deve-se trabalhar para uniformizar os procedimentos.
A prospecção e a exploração do ouro no país contam com uma força de trabalho global de 675 funcionários, dos quais 71 são mulheres.
Angola retomou a produção de ouro em 2019, nas minas do Chipindo (Huíla) e, em 2020, da de Gandavira e Samboto (Huambo) e recentemente começou a produzir a fonte de Buco Zau (Cabinda).