Luanda - O Governo angolano quer uma produção mineira nacional mais diversificada, além do que normalmente produz, como diamante, ouro, ferro, granito, mármore, afirmou hoje o assessor do ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Makenda Ambroise.
Para tal, disse o assessor, Angola precisa começar a produzir minerais críticos (crómio, cobalto, cobre, grafite, ferro chumbo, lítio, manganês, níquel e prata), por formas a assumir um papel fundamental no desenvolvimento sócio-económico do país, salvaguardando os interesses públicos e sociais, rumo à descarbonizarão.
Mankenda Ambroise entende que, apesar de se ter um longo caminho a percorrer, o Executivo angolano pretende alcançar tal desiderato, não só pelo potencial que Angola tem, mas também porque, actualmente, os minerais críticos representam uma oportunidade de negócios para o país.
“O mundo inteiro está mover-se, rumo à descarbonizarão, visando zerar as emissões líquidas de gazes do efeito estufa até 2050, e Angola não fica de fora tendo em conta a sua dimensão de ocorrências mineiras e a demanda existente” frisou.
A título de exemplo, disse que muitos dos minerais críticos são utilizados na fabricação de ímanes para as turbinas eólicas, além de cobre e nióbio, dando um importante salto no tocante à exploração de minerais críticos, nos próximos cinco anos.
Por outro lado, avançou que continua a investigação geológico-mineira dirigida à escala local e regional para o alargamento do conhecimento das áreas com potencial para mineração e criação de condições de desenvolvimento de projectos com novos investimentos.
Informou também que com enormes esforços envidados, actualmente existe no país um número considerável de projectos mineiros críticos licenciados, dos quais alguns estão na fase de prospecção e outros já na fase de exploração.
Tendo como base o potencial mineiro, afirmou o responsável, Angola é e poderá ser uma fonte confiável para o desenvolvimento de projectos que assegurem a produção de minerais críticos necessários para a transição energética, devendo permitir que uma parte significativa da cadeia de valor desses minerais seja processada localmente.
“O país tem depósitos significativos de minerais críticos e, actualmente, são conhecidos em Angola, 36 dos 51 minerais considerados mais críticos a nível mundial, alguns dos quais prestes a entrar em produção”, precisou.
Segundo o também engenheiro, existe a necessidade urgente de um melhor aproveitamento de minerais críticos de Angola. “ Os esforços e atenção especial estão, neste momento, concentrados nos minerais como lítio, minério de ferro, níquel, chumbo, cobalto, cobre, manganês e elementos de terras raras, visando cobrir toda a cadeia de valor”.
Mankenda Ambroise prestou essas declarações quando intervinha na abertura da II edição do “Fórum e Exposição - Negócio Mineiro” que, dentre outros temas, vai abordar “ A visão da banca e da Bodiva e seu grau de intervenção nos minerais críticos”, “Produtos de seguro em sede dos minerais estratégicos”, Mercado do downstream e minerais críticos”, e “O sector de transportes ao serviços da indústria mineira em transição”.
O fórum tem duração de dois dias e vai debater temas ligados à transferência energética justa para a implementação de medidas de segurança energética apropriadas, tendo em conta a expansão de novas fontes de energia, tais como energias renováveis. JAM/PPA
