Luanda – Angola trabalha para a implementação das zonas de Comércio Livre da SADC e a de Comércio Livre Continental Africana, bem como efectua discussões com a direcção do Comércio da Comissão Europeia para que se inicie os negócios do Acordo de Parceria Económica (APE) com a União Europeia.
Esta afirmação é do secretário de Estado para o Comércio, Amadeu Nunes, que falava no Fórum Empresarial Argentina/Angola, tendo referido o facto de Angola engajar-se para a eliminação de restrições ao comércio e a aplicação de procedimentos que facilitem os investimentos preponderantes para o aumento da competitividade e dos ganhos derivados do comércio internacional.
Segundo o Secretário de Estado, para além dos compromissos internacionais nos vários domínios, Angola iniciou um ciclo de reformas jurídico-institucionais que culminou com a revisão e alteração do quadro legal ligado ao investimento privado e com a adopção da Lei sobre Concorrência e Contratação Pública.
Com a nova lei, de acordo com Amadeu Nunes, o investidor privado em Angola goza de maior protecção e garantias do Estado, além de liberalizar o investimento sem montantes mínimos ou obrigações, que muito os oneravam.
Recordou que a diversificação económica é uma prioridade do Governo de Angola e existe um conjunto de acções constantes dos programas dirigidos para as cadeias produtivas do cimento, têxteis, bebidas, madeiras, produtos das pescas e das rochas ornamentais, incentivando, desta forma, as relações multi-sectoriais, com vista ao crescimento do conteúdo local.
Amadeu Nunes disse que a Argentina é um país importante para o estabelecimento de investimentos em áreas como da tecnologia e da indústria.
Por sua vez, o sub-secretário do Ministério das Relações Exteriores, Comércio e Culto da Argentina, Ramiro Ordoqui, indicou que o seu país continua a demonstrar o compromisso com Angola, desde a abertura da embaixada em Luanda, em 2006, e o facto de uma delegação de empresários angolanos visitar Córdoba, Mendoza e Buenos Aires, para troca de experiência.
“É necessário aumentar e diversificar os laços comerciais e incluir sectores de cooperação conjunta, visando novos produtos, com maior valor acrescentado, que possam contribuir para a geração de empregos de qualidade em ambos os países”, frisou.
Mencionou que a Argentina não oferece apenas bens e serviços no sector agro-industrial, mas também tem capacidade noutros sectores, como de medicamentos, equipamentos médicos, tecnologias de energias renováveis, consultoria médica, entre outros.
Por sua vez, o embaixador da Argentina em Angola, Alejandro Verdier, disse que a Argentina tem a certeza de que a missão de empresários do seu país em Angola dará um novo impulso à cooperação e intercâmbio comercial entre os dois países.
“ Estamos muitos felizes pela determinação das empresas, não só de fazer negócios, como estabelecer parcerias e encontrar representantes que possam trabalhar aqui (Angola) e na Argentina”, frisou.
Para o presidente do Conselho de Administração da Agência de Investimentos e Promoção das Exportações (AIPEX), Lello Francisco, a Argentina é a terceira economia da América do sul, razão bastante para que Angola espere por investidores argentinos em vários domínios.
O comércio entre Argentina e Angola cresceu nos últimos dois anos e atingiu um volume de negócios de 200 milhões de dólares em 2022.
O Fórum Empresarial Argentina/Angola, que decorre por dois dias, visa identificar as oportunidades de negócios entre empresários argentinos e angolanos, numa iniciativa do Ministério das Relações Exteriores, Comércio Internacional e Culto e a embaixada daquele país da América Latina em Angola.
O evento congrega mais de 20 empresas argentinas dos sectores da saúde, agronegócio, maquinaria industrial, energias renováveis, alimentos, óleo e gás e telecomunicações e empresários angolanos de vários sectores, para parcerias e reforço da cooperação entre os dois países.MOY/AC