Luanda - O Governo angolano apoia iniciativas de inovação e parcerias entre empresas nacionais e internacionais em prol da geração de prosperidade, para aumentar a base produtiva, afirmou, hoje, o ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior.
Ao discursar na abertura da 36ª edição da Feira Internacional de Luanda (FILDA), sublinhou que os empresários angolanos devem estabelecer parcerias com empresários de outros países possuidores de tecnologia avançada, para o país ter acesso “ao que de melhor o mundo pode proporcionar nos domínios empresarial e da tecnóloga”.
Referindo-se ao lema do evento “A tecnologia como suporte ao desenvolvimento do agronegócio e da indústria”, considerou como sendo oportuno porque surge numa altura em que o país faz importantes esforços para sair da recessão económica em que se encontra desde 2016.
De acordo com o ministro, neste esforço a agricultura e a indústria desempenham um papel importante no que respeita à alteração da estrutura económica de Angola, ainda “muito dependente do sector petrolífero”.
Manuel Nunes Júnior entende que o país precisa de voltar a crescer porque só com a retoma do crescimento económico poderá reduzir os níveis de desemprego prevalecentes em Angola e aumentar os rendimentos dos cidadãos nacionais e do seu bem-estar.
Para tal, acrescentou, todos os programas do Executivo que contribuem para o aumento da produção nacional devem ser desenvolvidos e intensificados com particular realce para o Plano de Aceleração da Agricultura e Pesca Familiar, Plano de Acção de Promoção à Empregabilidade (PAPE), bem como Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações, em todas as suas componentes.
O ministro disse ainda que o aumento dos preços de vários produtos do mercado internacional é um fenómeno cujas consequências afectam todo mundo, levando o Executivo a adoptar medidas para minimizar o efeito deste fenómeno como a isenção dos direitos aduaneiros para produto de alto consumo das populações e a redução do IVA de 14% para 7%.
Segundo o responsável, as medidas vão contribuir para diminuição dos produtos incluídos na produção e comercialização e terão efeitos no seu preço, mas a solução mais sólida e definitiva está no aumento da produção nacional e na efectiva diversificação da economia nacional.
Por outro lado, Manuel Nunes Júnior destacou que o país tem conduzido com sucesso, desde Janeiro de 2018, o Programa de Estabilização macro económica, que permitiu equilibrar as contas internas e externas de Angola, que eram deficitárias em 2017.
Frisou que os défices fiscais de 2015 a 2017 foram substituídos por saldos orçamentais positivos em 2018 e 2019, sendo que em 2020 a trajectoria de saldos orçamentais positivos foi interrompida como consequência da pandemia.
Manuel Nunes Júnior disse que as projecções mais recentes apontam para um saldo orçamental positivo no decurso de 2021, incluindo a proposta do OGE para o próximo ano que apresenta igualmente um saldo orçamental positivo.
Explicou que a existência de saldos orçamentais positivos é muito importante para diminuir as necessidades de endividamento do país e manter a dívida de Angola numa trajetória sustentável.
Detalhou que foi introduzida uma taxa de câmbio mais flexível no mercado cambial que permitiu ajustar o valor da moeda nacional as condições do mercado e manter as reservas internacionais líquidas em níveis adequados.
Assegurou que as transações cambiais de Angola tornaram-se mais seguras e também mais previsíveis, não havendo restrições na transferência de dividendo para os investidores, onde o mercado cambial funciona normalmente e já terá atingido os seus níveis de equilíbrio, de acordo com especialistas do BNA.
O ministro de Estado para a Coordenação Económica destacou também a diferença entre a taxa de cambio oficial e a prevalecente no mercado paralelo que era de 150% em 2017 passou para menos de 10% .
Segundo o ministro, esta evolução no sentido de remoção dos desequilíbrios internos e externos da economia angolana, levou que as avaliações do FMI em relação ao programa que desenvolve com Angola, desde Dezembro de 2018 tenham sido sistematicamente positivas.
“É uma demonstração clara da confiança da comunidade financeira internacional no programa de reformas que o Executivo tem estado a implementar. Restauração dos equilíbrios internos externos da economia tem sido desenvolvidas acções para instalar um verdadeiro estado de direito, onde ninguém esteja acima da lei”, disse.
Até sábado, dia 4 de Dezembro, 554 expositores de distintos países, 500 dos quais empresas nacionais, vão aproveitar promover os seus serviços, soluções, produtos e tecnologias, assim como trocar experiências e conhecimentos, num evento em que Angola procura captar novos investimentos para o país.
A 36ª edição da Feira Internacional de Luanda (FILDA) reserva, entre outros, a exposição de alimentos e de produtos diversos, conferências de imprensa, colóquios, espectáculos músico-culturais e um espaço de arte monumental e performance, onde se vai transformar o lixo em arte.
A feira em causa enquadra-se nas acções do Executivo para a concretização das funções do Estado como grande impulsionador do processo de diversificação da economia nacional, cuja competitividade interna e externa se impõem a curto, médio e longo prazo.
A realização da FILDA, neste ano, afigura-se como um sinal de capital importância para a comunidade empresarial, mas também para o mercado, pois simboliza a retoma da actividade económica, depois de em 2020 não ter acontecido devido à pandemia da Covid-19.
Este evento é realizado anualmente desde 1983, tendo, contudo, registado alguns períodos de interrupção devido à crise financeira e económica mundial. Por exemplo, antes da Covid-19, observou, também, um interregno em 2016, por altura da edição 33.
A FILDA junta anualmente, há três décadas, empreendedores nacionais e internacionais dos variados continentes para expor produtos e serviços, assim como estabelecer contactos para parceiros, tendo um impacto visível na economia nacional e no exterior do País.