Luanda – As exportações de produtos angolanos para os Estados Unidos de América (EUA) estarão isentas de qualquer tarifa alfandegária, nos próximos tempos, com vista à dinamização do comércio bilateral, anunciou, esta quarta-feira, em Luanda, a presidente e directora executiva do Conselho Corporativo para África, Florizelle Liser.
Em declarações à imprensa, durante o encontro entre responsáveis de empresas públicas e privadas angolanos e norte-americanos, enquadrado na visita do Presidente dos EUA, Joe Biden, a Angola, a líder empresarial americana avançou que os parceiros africanos, incluindo Angola, terão acesso ao mercado americano sem tarifas, para facilitar as trocas comerciais entre os países.
Em relação ao projecto Corredor do Lobito, Florizelle Liser realçou que os EUA têm o compromisso disponibilizar mais de um bilião de dólares do Banco de Importação e Exportação americano e da Corporação de Finanças de Desenvolvimento, um financiamento que vai ser concretizado com qualquer liderança da Casa Branca.
“Para o Corredor do Lobito, já temos um orçamento de mais de um bilião de dólares, pois não importa quem seja que esteja a dirigir o país, nós estaremos comprometidos em cumprir a nossa parte com relação ao projecto”, reforçou.
Quanto à Cimeira de Negócios EUA-África, a decorrer de 23 a 27 de Junho de 2025, em Luanda, capital angolana, a presidente executiva do Conselho Corporativo para África adiantou que o encontro servirá para juntar homens de negócios, chefes de Estado, empresários e todas as pessoas interessadas em investir em Angola.
Ainda no âmbito desse evento, que já foi realizado em Marrocos e Moçambique, a nível do continente africano, Florizelle Liser reiterou que o Conselho Corporativo para África (CCA) continua focada em questões de negócio, um segmento que actua há mais de 30 anos, com a realização de encontros comerciais e de negócios com todos os países africanos.
Reconheceu Angola como país que joga um papel importante na União Africana no próximo ano, em função do seu potencial em recursos minerais e possuir uma força de trabalho jovem.
Em relação à visita do Presidente norte-americano, a responsável disse que o momento reflecte a importância que o Governo dos EUA atribui na relação económica com Angola e outras nações africanas, simbolizando a fortificação das relações bilaterais com os angolanos, em particular, africanos, em geral.
Referiu, igualmente, que a presença de Joe Biden em Angola representa o cumprimento da sua promessa feita em 2022, durante a Cimeira de líderes africanos, quando assegurou que iria viajar para a África antes do fim da sua administração.
Por seu turno, o ministro da Indústria e Comércio, Rui Miguêns de Oliveira, augurou que a nova era da parceria estratégica entre Angola e EUA resulte no aumento da produção de bens alimentares para atender as reais necessidades da população angolana a um preço mais justo, além de contribuir para a diversificação das exportações no país.
“Temos de ser capazes de produzir bens alimentares essenciais para a população, um desafio que esperamos contar com o contributo de investidores americanos, com realce para a produção de cerais e aves”, destacou.
Avançou, igualmente, que o parque industrial angolano vai beneficiar das vantagens do Corredor do Lobito, através da aproximação entre os centros de produção e os centros de transformação, constituindo-se num impulso adicional para o surgimento de novas indústrias que vão receber matérias-primas a partir do campo de produção.
Considerou a conexão entre o caminho-de-ferro e o Porto do Lobito como uma grande rede logística, que vai permitir aos produtores transportar, tratamento e acomodação das suas mercadorias.
Já o presidente do Conselho de Administração da Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações, Arlindo das Chagas Rangel, anunciou a realização de encontro com a CCA ainda esta semana, em Luanda, para acertar os detalhes da Coleira EUA-ÁFRICA.
Disse também que a AIPEX tem recebido vários investidores norte-americanos interessados a saber mais sobre as oportunidades de negócio em Angola, facto que abre boas perspectivas para contar com os EUA em projectos estruturantes do país.
O encontro entre responsáveis de empresas públicas e privadas angolanos e norte-americanos, promovido pela Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações (AIPEX) e a CCA, numa das unidades hoteleiras de Luanda, serviu para criar um momento de interacção e troca de experiências entre os empresários.
Esse evento ocorreu horas depois do Presidente norte-americano, Joe Biden, deixar Angola (província de Benguela), onde cumpriu a sua primeira visita de 2 a 4 deste mês.
O Conselho Corporativo para África ou Corporate Council on Africa (CCA) destaca-se como a principal associação empresarial dos EUA dedicada a desbloquear o potencial dos mercados africanos para empresas americanas, focando-se, exclusivamente, em conectar interesses empresariais na África.
Fundado em 1993, o CCA tem sido fundamental na promoção de negócios e investimentos entre os Estados Unidos e as nações da África, servindo como um intermediário confiável por mais de três décadas, fortalecendo as relações comerciais entre as nações africanas. QCB