Luanda – A inovação tecnológica, práticas sustentáveis e uma regulamentação rigorosa, constam dos principais desafios para impulsionar, a médio prazo, o mercado angolano dos seguros, segundo um estudo da consultora internacional Ernst Young (EY) e da Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros (ARSEG).
De acordo com o estudo apresentado esta terça-feira, este sector oferece inúmeras oportunidades de crescimento, expansão e diversidade dos domínios não explorados.
O estudo realizado entre 2019 e 2022, aponta que o sector dos seguros em Angola está num processo de transformação, impulsionado pela necessidade de expansão comercial, inovação tecnológica e alinhamento com práticas sustentáveis de regulamentação rigorosa.
O relatório visa expandir a compreensão do papel estratégico dos seguros nas economias emergentes, como a de Angola, e ilustrar como a indústria é vital para dinamizar a economia e gerir riscos.
O estudo salienta que, nos últimos anos, o sector segurador do país tem enfrentado igualmente o desafio de um ambiente económico volátil e pela crescente digitalização global.
Um outro entrave, diz o documento, é a modesta dimensão comercial do sector, acentuado pelo facto de existir um vasto número de seguros obrigatórios no país, que muitas vezes não são subscritos pelos participantes do mercado.
Conforme as conclusões do relatório, dos actuais desafios das empresas de seguros constam a adaptação de um ambiente em constante evolução, como a recente aprovação da Lei da Actividade Seguradora e Resseguradora, que representa um marco na evolução histórica do quadro regulamentar do sector de Seguros em Angola.
Na cerimónia de apresentação, o presidente do Conselho de Administração da ARSEG, Elmer Serrão sublinhou que o objectivo central da instituição é a protecção dos tomadores de seguros, segurados, beneficiários, bem como a prevenção e repressão das actuações contrárias à lei ou regulamentos do sector.
De acordo com o gestor, por via do novo regime jurídico, Angola passará a contar com um sistema de mediação de seguros moderno e alinhado com os melhores princípios e práticas internacionais, devidamente harmonizado com a realidade económico-social nacional, reforçando a protecção dos consumidores neste domínio.
Elmer Serrão, qualificou como resiliente o sector de seguros e fundos de pensões em Angola e que o mesmo dependerá da sua capacidade, não apenas de enfrentar desafios imediatos, mas também de abraçar a inovação e as novas tendências e riscos emergentes como forças motrizes em direcção a um futuro mais promissor.
Por sua vez, o presidente da EY -Angola, Carlos Basto, disse que para além de contribuir para novas competências sobre o sector, a intenção também é de aumentar a literacia financeira e a mudança de percepção sobre os seguros em Angola.
"A empresa vai continuar a apoiar com mais literacia para um maior conhecimento do papel do sector dos seguros para uma economia robusta e resiliente", salientou.
A EY Angola e a ARSEG nesta I edição do estudo denominado "Insurance Outlook - Angola", revelam um estudo extenso que apresenta a retrospectiva do passado recente, que caracteriza o momento actual do sector dos seguros e dos fundos de pensões, assim como traça os caminhos para os desafios do sector num futuro próximo.
Participaram do evento, aberto pela ministra das Finanças,Vera Daves De Sousa, operadoras de seguros em Angola, técnicos da IFC e parceiros do sector dos seguros.OPF/ASS