Luanda - O especialista em petróleo e gás Patrício Wanderley Quingongo disse esta quinta-feira que a saída da empresa Galp em Angola já era previsível e a petrolífera privada nacional Somoil deve aproveitar a oportunidade para avançar a sua posição no mercado de "oil and gas".
Patrício Quingongo, falava à ANGOP, à propósito do anúncio sobre venda dos activos de produção da Galp em Angola, por cerca de 830 milhões de dólares.
Se a compra da participação da Galp pela Somoil se concretizar, de acordo com o especialista, a Sonangol também marca um passo, tornando-se na petrolífera nacional com maior activos na indústria de petróleo angolana.
"Será também uma outra oportunidade das empresas angolanas alavancar a sua participação na indústria de petróleo e gás", avançou o especialista e presidente da Comissão Executiva da consultora nacional, PetroAngola.
Segundo o especialista, era expectante que essa operação acontecesse a curto prazo, referindo que empresa portuguesa, a GALP, já foi dando sinais.
Por outro, a empresa, a Galp, a nível central tem se focado mais nas energias renováveis, tendo desenvolvido projectos nesta magnitude.
A empresa tem activos de exploração e produção em Angola e no Brasil, mas com maior incidência naquele país da americana latina.
A Galp está a abandonar a actividade petrolífera Angola para focar-se em projectos mais verdes, como a transição energética.
De acordo com a notícia publicada pela imprensa portuguesa, a que ANGOP teve acesso, a Galp assinou um acordo com a Somoil, Sociedade Petrolífera Angolana para a venda dos ativos de exploração petrolífera em Angola, por cerca de 830 milhões de dólares (pouco menos de 800 milhões de euros), líquido de impostos sobre mais-valias, sendo 655 milhões para serem recebidos quando a operação estiver concluída e 175 milhões de pagamentos contingentes em 2024 e 2025, dependentes do preço do petróleo.
O anúncio da empresa portuguesa, feito num comunicado, faz menção que a companhia espera concluir a operação na segunda metade de 2023.
A transação vai permitir à Galp cristalizar valor dos seus ativos maduros de upstream (produção) e apoiar um portefólio diferente e estratégia de descarbonização.
A Galp está também confiante que a Somoil, já presente no bloco 14, desenvolva fortemente estes activos, onde a Galp está há muitos anos.
A empresa acrescenta que os activos, incluídos na transação são do bloco 14 (9% Galp): Tombua, Landana, BBLT – Benguela, Belize, Lobito, Tomboco, Kuito, No bloco 14K (4,5% Galp): Lianzi, No bloco 32 (5% Galp), Kaombo (em operação) e CNE (em desenvolvimento).NE/AC