Luanda - O Governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Manuel Tiago Dias, sublinhou esta segunda-feira, em Luanda, que a Estratégia Nacional de Inclusão Financeira (ENIF), em consulta pública a partir de hoje, por um período de 30 dias, vai permitir o acesso a produtos e serviços financeiros adaptados às necessidades de maior número de cidadãos e empresas.
Ao intervir no acto de lançamento do processo de consulta pública da referida estratégia, o gestor referiu que se pretende com o documento aumentar o nível de bancarização, conhecer as características da economia, bem como o peso do sector informal na economia.
Segundo Manuel Tiago, o nível de literacia financeira no país ainda é baixo e os serviços financeiros permanecem concentrados na província de Luanda, sendo que estudos e diagnósticos, realizados por instituições nacionais e parceiros internacionais, demostram que 51% da população angolana não está financeiramente incluída.
O trabalho por conta própria, assinalou, é a principal fonte de rendimento da população, o que reforça a necessidade de soluções inovadoras e acessíveis para a inclusão financeira em todo o território nacional.
Diante desta realidade, referiu que o Governo considera a inclusão financeira uma prioridade estratégica nacional, pelo que foi instituído, em 2023, o Comité de Coordenação da Estratégia Nacional de Inclusão Financeira (CCENIF).
Este órgão tem a missão de elaborar, implementar, monitorar e avaliar a estratégia nacional de inclusão financeira, promover o acesso aos serviços financeiros, estimulando a poupança e o financiamento da economia.
De igual modo, deve impulsionar a actividade empresarial, diminuindo as desigualdades sociais e, sobretudo, melhorar o bem-estar da população.
O governador do BNA realçou que a estratégia nacional tem como propósito garantir que cada cidadão, assim como as micro, pequenas e médias empresas, tenham acesso pleno aos serviços financeiros, contribuindo para o desenvolvimento sustentável do país, independentemente da sua localização geográfica ou condição sócio-económica.
“A implementação da Estratégia Nacional de Inclusão Financeira deverá aumentar significativamente o índice de inclusão financeira do país, melhorar a qualidade de vida das famílias, impulsionando o crescimento económico”, disse, salientando a possibilidade desta promover também a equidade social.
Na seu entender, o impacto da estratégia nacional será determinante na redução da pobreza, na expansão da actividade económica e no fortalecimento da economia nacional.
O processo de consulta pública da Estratégia Nacional de Inclusão Financeira (ENIF), lançado esta segunda-feira, decorre até ao próximo dia 30 de Abril.
O comité de coordenação da estratégia nacional, criado por via de um Decreto Presidencial, visa aumentar os níveis de acesso da população e empresas aos produtos e serviços financeiros e é coordenado pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano.
Integram o comité os titulares das pastas das Finanças, Planeamento, Acção Social, Família e Promoção da Mulher, Justiça e Direitos Humanos, Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Educação e o coordenador do Conselho de Supervisores do Sistema Financeiro. HM/VC