Caculo-Cabaça - A energia a ser produzida no Aproveitamento Hidroeléctrico de Caculo-Cabaça (AHCC), no Cuanza Norte, vai servir o país e os países da África Austral, por via da Southern African Power Pooll (SAPP).
A Southern African Power Pooll é uma organização de cooperação das empresas nacionais de electricidade da África Austral, da qual Angola é parte.
A exportação de energia, no quadro da SAPP, será concretizada quando as obras de construção da barragem de Caculo-Cabaça estiverem concluídas no ano de 2028.
A informação consta de um vídeo institucional do Ministério da Energia e Àguas exibido na cerimónia que marcou o desvio provisório do curso do rio Kwanza, no AHCC, prestigiada pelo Presidente da República, João Lourenço.
A SAPP permite que os países membros participem em intercâmbios executivos com poolls de energia, operadores de sistemas independentes e agências reguladoras que lidam com o comércio internacional.
A par de Angola são países membros do SAPP Botswana, República Democrática do Congo, Eswatini, Lesotho, Moçambique, Malawi, Namíbia, África do Sul, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.
No foco dessa parceria está a interacção com o mercado regional de energia, a uniformização de regulamentos, tarifas e a adquação da legislação do sector.
A barragem de Caculo-Cabaça poderá ser a terceira maior hidroeléctrica de África. As duas outras estão no Egipto e Moçambique.
Com cinco turbinas previstas, quatro das quais com 534 megawatts, a barragem a ser erguida terá 525 metros de cumprimento, 103 de altura e nove de largura.
A hidroeléctrica será do tipo "gravidade" feita de betão compactado.
Para a sua construção serão necessários 370 mil metros cúbicos de escavações a céu aberto, 413 mil 700 metros cúbicos de betão convencional e 1, 17 milhão de metros cúbicos de betão compactado, entre outras operações.
No pico da sua construção, Caculo-Cabaça vai empregar cerca de 8 mil trabalhadores, entre nacionais e estrangeiros.
A empreitada vai também exigir muito das empresas nacionais produtoras de cimento, aço, inertes e metalomecânica.
As obras de construção de Caculo-Cabaça tiveram início em Agosto de 2017, com a contratação da empreiteira chinesa, CCBG.
O financiamento da empreitada está a ser suportada por duas linhas. A primeira do Banco Industrial e Comercial da China, com USD 4, 5 mil milhões. A segunda do Governo da Federal da Alemanha, com USD 1,1 mil milhões.
Ainda no capítulo de investimento que se faz na produção eléctrica em Angola, destaca-se a conclusão, este ano, da reabilitação e ampliação das centrais da Matala, na Huíla, que passa de 18 para 40 megawatts de capacidade, a do Luachimo, na Lunda-Norte, que passa de 8 para 34 megawatts. NE/AL