Cidade do Cabo (Do Enviado Especial) - A ENDIAMA, SODIAM e CATOCA, principais empresas angolanas do subsector diamantífero, assinaram, na Cidade do Cabo, África do Sul, contratos e parcerias para o desenvolvimento e eficiência da actividade mineira no país.
Segundo os responsáveis dessas empresas, os últimos dias da Conferência Internacional sobre Mineiração em África, decorrida de 9 a 12 na Cidade do Cabo, serviram para firmar contratos para a transferência de tecnologia, conhecimento e aquisição de equipamentos.
Ao proceder ao balanço, o director da Geologia da ENDIAMA, Mubuabua Yambissa, disse que a empresa conseguiu vender dois grandes projectos com potencial geológico aceitável.
Trata-se do projecto Mukuamba, localizado na província da Lunda Sul, vendido aos investidores canadianos e sul-africanos, e do Chitondo, instalado na província do Huambo e que “apresenta um nível de conhecimento primário e kimberlitos com algumas anomalias”.
“São projectos que vão precisar de um trabalho de prospeção muito profundo”, afirmou Mubuabua Yambissa, sublinhando que os investidores para os aludidos projectos deverão ser sérios e comprometidos.
Disse que a venda dos referidos projectos constitui um marco no processo que visa colocar o país como o terceiro maior produtor de diamantes no mundo, uma vez que o futuro internacional desse mineiro está em Angola.
Já o director-geral da Catoca, Benedito Manuel, identificou na Indaba Mining alternativas para os problemas da cadeia de fornecimento dos insumos para a produção do nitrato de amônio, composto essencial para as detonações que originam o mineiro.
“Conseguimos identificar o segmento de gestão integrada das operações mineiras, geologia de produção e ambiente, importante mecanismo para a eficiência da empresa”, assegurou.
Quem “fechou pareceria estratégicas” foi o director-geral da ENDIAMA Mining, Pedro Galiano, que, como disse, facilitará a aquisição de equipamentos, softwares, lavarias de remoção de terras e extracção mineira.
Sobre a flutuação dos preços no mercado internacional, lamentou que tiveram "uma retracção dos preços na ordem dos 25 a 30 por cento, mas hoje há uma certa estabilidade”.
Face à estabilidade dos preços, a ENDIAMA Mining pensa produzir, nos próximos dias, 20 mil kilates de diamantes que são 90 por cento jóias raras a nível mundial.
A Conferência Internacional sobre Mineração em África terminou hoje, quinta-feira, na Cidade do Cabo.
Na feira, Angola, que foi representada pelo ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, apresentou um painel com o tema "Angola: o Destino de Escolha para o Investimento Mineiro”.
Um dos maiores produtores de diamantes e petróleo, Angola participou com nove empresas do subsector de diamantes, designadamente a ENDIAMA e SODIAM, as Sociedades Mineiras de Catoca, Cuango, Chitotolo, Uari, Yetwene e Furi, bem como a Kapu Gems.
A Conferência contou com a presença dos Presidentes do Botswana, da Zâmbia e do Zimbabwe, respectivamente, Mokgweetsi Masisi, Hakainde Hichilema e Emmerson Mnangagwa, e ministro dos Recursos Minerais e Energia da África do Sul, Guede Mantash.
A "Indaba Mining" é uma conferência internacional sobre mineralização, que se realiza anualmente na Cidade do Cabo, África do Sul, mas devido à Pandemia da Covid-19 foi interrompida em 2020 e 2021.
O próximo evento decorrerá na mesma cidade, mas no mês de Fevereiro de 2023.