Empresários defendem mais financiamentos para a produção de cereais e leguminosas

     Economia              
  • Malanje • Quarta, 05 Julho de 2023 | 16h13
Plantação de arroz
Plantação de arroz
Aurélio Cua-ANGOP

Malanje- Alguns empresários do ramo agrícola em Malanje, defenderam hoje, mais financiamentos da Banca comercial, para o aumento da produção de cereais e leguminosas, com vista a contribuir na redução das importações.

Segundo alguns entrevistados pela ANGOP, essa medida surge pelo facto de os níveis de produção destas culturas estar a baixo do desejado e da satisfação das necessidades do mercado.

Nesta altura as culturas mais produzidas são a mandioca, milho, batata-doce e ginguba, por serem de fácil reprodução e compatíveis com os créditos cedidos pela Banca, com destaque para os Bancos Angolano de Desenvolvimento (BDA) e Internacional de Crédito (BIC).

O empresário António Semedo, é de opinião que existe uma classe empresarial com vontade e determinação para investir no agro-negócio, mas regista-se dificuldades de na cedência de créditos bancários à altura das necessidades da classe e do sector agrícola.

“O sector da agricultura carece de muito investimento financeiro. A província está bem no cultivo da mandioca, pois tem estado a atingir níveis consideráveis, mas há défice de produção de cereais e leguminosas”, frisou.



Reiterou a necessidade de se diminuir a importação de produtos de primeira necessidade como arroz, feijão e outros, porque o país tem potencial para produzir em grande escala estas culturas, desde que haja apoio financeiro aos empresários.

Para Malanje, particularmente, disse estarem criadas condições para tal, devido a existência de duas barragens hidroelectricas e terras aráveis, pelo, que, urge começar a trabalhar com mais rigor para se atingir a excelência na produção e futuramente pensar-se na exportação.

Realçou que a transformação de produtos é outro problema que se vive, daí que deve-se fomentar a indústria rural nos municípios, de acordo com as potencialidades locais, através de estudos científicos e de viabilidade, mas para tal, é indispensável o financiamento bancário.

As mesmas opinões são partilhadas pelo empresário Pedro Xirimbimbi, tendo precisado que a par do aumento das cifras de financiamento, há necessidades de se desburocratizar o sistema de concessão de créditos.

Realçou que a burocracia na tramitação dos processos de concessão de créditos, deve-se a centralização da disponibilidade financeira, nas direcções dos Bancos em Luanda, quando os interessados residem em outras províncias do país.

Para ele, a avaliação das condições de cedência dos créditos seria de competência das agências locais, pois são elas que conhecem os clientes e a fiabilidade dos seus negócios.

Apesar disso, assinalou estar ávido de melhores dias no que toca ao desenvolvimento do agro-negócio, sobretudo para os novos empreendedores do ramo, que são chamados a aderir os pacotes de investimentos disponibilizados pela Banca nacional.



Precisou que a aposta no financiamento de iniciativas ligadas ao agro-negócio, aberta pelo Banco Internacional de Crédito (BIC), poderá virar o quadro actual do sector produtivo, pois os investimentos visam dar sustentabilidade e suporte ao mercado, através do aumento da produção.

Enquanto isso, o empresário e presidente da Cooperativa agrícola Kudiva Malanje, Albano Carlos fez saber que os produtores locais têm recebido essencialmente financiamentos através de projectos do Executivo, o que enfraquece a robustez que se pretende da economia, uma vez que o governo não detém capacidade para atender todos os empresários.

Entretanto, apontou a agricultura familiar como a principal actividade do ramo agrícola, devido a insuficiência de financiamentos, uma vez que os empresários enfrentam dificuldades de aquisição de equipamentos e alargamento dos negócios para atingir a mecanização.NC/PBC





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