Humpata – A carência de água, a falta de financiamento, de equipamentos agrícolas e de tecnologia na produção figuram nas principais dificuldades do empresariado da Humpata, apresentadas ao embaixador da Argentina em Angola, Alejandro Verdier e passíveis de investimento.
Ao intervirem num encontro, na terça-feira, onde estiveram 12 empresários locais, os operadores apontaram ainda o alto custo dos fertilizantes, bem como o baixo preço dos produtos praticados no mercado local, como outros constragimentos que descompensam os custos de produção.
Um outro sector que eles citaram e que pode ser alvo de investimento argentino, é o segmento da ração animal, cujos custos actuais são altos e desencorajam a aposta na criação .
Por sua vez, o administrador-adjunto para a área Técnica, Infra-estruturas e Serviços Comunitários da Humpata, José Carlos Xavier, disse que o município carece de parcerias na área da biotecnologia para a produção suína, bovina e caprina.
Entre os desafios para melhorar o ambiente de negócios, apontou melhorias no acesso à água e na sua capacidade de retenção, assim como a necessidade da extensão da rede de energia da rede pública para incrementar o processo de transformação e o melhoramento da rede viária secundária e terciária.
Ao respojder as inquietações, o embaixador da Argentina em Angola, Alejandro Verdier, destacou o potencial dos municípios visitados da província, nomeadamente o Lubango e a Humpata, sobretudo no quesito produção de frutas e criação de suínos.
Reforçou terem muito para fazer juntos, desde serviços veterinários, biotecnologia na pecuária e agricultura, bem como a ciência aplicada no agronegócio, a formação em recursos hídricos, visto que a região Sul depara-se com a problemática da estiagem.
“Há muitas oportunidades para parcerias entre a Argentina e a província da Huíla. Levo muitas propostas para transmitir as contra-partes do meu país. Fiquei impressionado com a qualidade dos produtos, a higiene dos locais onde estão os suínos”, manifestou.
Defendeu a necessidade de um estudo e maior investimento na cadeia de escoamento da produção para chegar aos grandes centros de consumo do país e do exterior, pois alguns dizem que ficam com os produtos estragados por falta de mecanismo de escoamento.
Reafirmou que a cooperação na área académica é a prioridade, pois podem contribuir com a formação de quadros, que é fundamental para o futuro do país, para que a juventude angolana tenha uma saída laboral direccionada ao que se produz localmente.
O diplomata que terminou a jornada de trabalho à Huíla está tarde augura que o volume de negócios entre Angola e Argentina para o ano em curso venha superar os 200 milhões de dólares de 2022.
O município da Humpata, com uma população estimada em 117 mil 189 habitantes, dista 22 quilómetros da cidade do Lubango e tem actualmente registados 250 fazendas no ramo da agro-pecuária, bem como oito empresas agro-industriais. EM/MS