Luanda - Um projecto de suinicultura, com uma fábrica de ração, será desenvolvido no Planalto de Camabatela, nos próximos três anos, num investimento de mais de 30 milhões de dólares (1 USD equivale a 852 Kz).
A iniciativa de carácter privado prevê a instalação de silo, secagem e, ainda, uma fábrica de óleo alimentar nesta região, que compreende as províncias do Cuanza-Norte, Malanje e Uíge, segundo o empresário Fernando Teles.
Com uma área de 12 mil quilómetros quadrados, o Planalto de Camabatela é uma região rica na produção animal, com condições propícias para o desenvolvimento da agro-pecuária, a bovinicultura de corte e a criação de pequenos ruminantes.
A zona beneficiou de um projecto de repovoamento animal tendente a torná-la auto-suficiente na produção de bovinos.
Em declarações à imprensa, este sábado, na província do Cuanza-Norte, o autor do projecto sublinhou a importância do sector agro-pecuário para o desenvolvimento da economia nacional e defendeu a necessidade de se incentivar outros empresários para investirem no ramo.
“Angola precisa de investimento. É preciso criarmos riqueza para todos. Não é fácil, mas acho que é possível”, disse, à margem das celebrações do “Dia do Criador de Gado”, que reuniu actores do sector pecuário, entre membros de cooperativas e investidores, na localidade de Camabatela, município de Ambaca.
Fez saber que desde 2019 à data presente, mais de 20 milhões de dólares foram investidos em projectos agro-industriais em três fazendas em Camabatela, além de, através da Tele gest, dispor de uma outra, denominada “Santo António”, que está implantada em várias províncias do país, nomeadamente, Cunene, Huíla, Huambo, Bié, Cuanza-Sul, Cuanza-Norte, Uíge e Luanda.
Adiantou que conta com cerca de 800 trabalhadores, dos quais 200 envolvidos no projecto da Camabatela.
Segundo o empresário, para responder as necessidades de electricidade, há 2 anos, investiu-se numa solução definitiva e com custos mais reduzidos, optando-se, pelo financiamento, uma rede de transporte de energia em média tensão, por linha aérea, com 20 km de extensão, a partir do pólo hidroeléctrico da Camabatela.
Fazenda Capeca é um projecto agro-industrial circunscrito à criação e abate de animais para o consumo alimentar de carne, além do cultivo de milho soja e forrageiras, reestruturada e modernizada com tecnologia de ponta, iniciada em 2019.
Produção de ração e a pecuária
Dados disponibilizados apontam que no total são 8 mil hectares de extensos campos verdejantes, onde cerca de 2.000 hectares destinam-se a produção de milho e 1.500 hectares à soja.
Os resultados previsíveis apontam para até 8 mil toneladas de milho e 3 mil de soja, anuais, essenciais para o fabrico actual de 4 mil toneladas de ração, 2 mil toneladas de fuba de milho e 300 mil litros de óleo vegetal.
Para garantir a preservação dos produtos e da matéria-prima, instalou-se uma unidade industrial de secagem e transformação, com um secador com capacidade efectiva de 10 toneladas por hora e um parque de armazenamento de cereais em silos nominais de 10.000 toneladas.
A utilização de tecnologia avançada, aliada à experiência e “know-how” de técnicos angolanos e estrangeiros, aumenta a eficiência, reduz os custos operacionais com benefícios para a sustentabilidade ambiental e qualidade de crescimento da população, actualmente com 5.014 cabeças de gado bovino.
A construção em curso, de 14 pavilhões é um investimento da sociedade agrícola São Mateus, como accionista comum deste empreendimento.
Nove pavilhões estão concluídos, 2 totalmente equipados e povoados com 250 matrizes.
Com todas as instalações concluídas, a produção atingirá as 2.000 unidades.
Os dados da empresa apontam que o objectivo será chegar aos 50 mil suínos para abate por ano, sendo que a primeira fase está prevista para Março de 2025.
Com uma ampla área para cultivo e de criação de animais, a fazenda Capeca tem como objectivo contribuir para a segurança alimentar do país, promover a produção nacional de carne de bovinos, suínos e caprinos. HM/VC