Cuito - O presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Agro-pecuária no Bié, Gil Januário Chindai, lamentou hoje, na cidade do Cuito, as dificuldades que os empresários locais enfrentam, sobretudo no acesso ao crédito bancário.
Falando à ANGOP, o responsável realçou que a situação está a inviabilizar a execução de vários projectos.
Dos inquéritos que têm sido feitos, os empresários apontam sobretudo a burocracia do processo, desde a demora na apreciação do pedido e o volume da informação exigida pelo banco.
Apontam outros constrangimentos como a curta duração do período de remuneração, as elevadas taxas de juro e a insuficiência do montante concedido em empréstimo.
Gil Januário Chindai relembrou que as empresas têm relevante participação na economia e na geração de novos empregos, porém, ainda enfrentam muitas dificuldades para o seu crescimento e financiamento.
Por isso, pediu mais linhas de financiamentos para que os empresários possam participar no desenvolvimento da província nos vários sectores económicos e sociais.
“A facilidade em abrir um negócio próprio nem sempre é a mesma, para continuar e manter em crescimento é necessária uma ajuda. Muitas empresas estão limitadas”, argumentou.
Gil Januário Chindai é de opinião que os bancos comerciais podem desempenhar um papel importante em períodos de crise económica, tendo em conta a sua vocação de serem credores de potenciais investidores, que queiram relançar a actividade produtiva.
O presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Agro-pecuária no Bié defendeu a contínua aposta na produção agrícola, que considera determinante para o crescimento económico da região.
O director provincial do Gabinete do Desenvolvimento Económico Integrado do Bié, Figueiredo Canguende, quando fazia o balanço das actividades de 2022, referiu que, no quadro do PRODESI, nesta província foram financiados 18 projectos, no valor de 760 milhões 930 mil 784 kwanzas, pelo Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA).
Já na linha de crédito de modernização de expansão das actividades no sector da agricultura, pecuária e pescas, foram seleccionados 18 projectos de cooperativas, dos quais 16 já financiados, no valor total 550 milhões de kwanzas.
Para o Fundo Activo de Capital de Risco Angolano (FACRA), a província teve mais de mil projectos inscritos, destes apenas cinco foram financiados, no total de 20 milhões de kwanzas.
Para o Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Agrário (FADA), o Bié inscreveu 40 projectos, sendo 13 aprovados e financiados, com o valor total 202 milhões 324 mil 33 kwanzas e 81 cêntimos.
Já no Projecto de Apoio ao Crédito (PAC), foram inscritos 197 projectos, 46 foram aprovados e financiados, no valor de um mil milhão 658 milhões e 710 mil kwanzas.
A nível desta província são controlados pela Câmara de Comércio, Indústria e Agro-pecuária 272 associados, número considerado muito aquém do esperado, tendo em conta as inúmeras oportunidades de negócios que esta região ostenta.AS/PLB