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Defendida criação de indústrias de fertilizantes

     Economia              
  • Huambo • Sexta, 29 Março de 2024 | 21h54
Sacos de fertilizantes agrícolas
Sacos de fertilizantes agrícolas
Cedida

Huambo – O Governo e os empresários devem gizar estratégias concertadas para a criação de indústrias de fertilizantes no país, com vista ao desenvolvimento da agricultura familiar, defendeu, esta sexta-feira, no Huambo, o presidente do Conselho de Administração da fábrica Soyadubo, Sousa Jerónimo.

O empresário falava durante o III Fórum de Negócios e Conectividade, promovido pelo Grupo Media Nova, que decorre até sábado, na cidade do Huambo, sob o lema “Agricultura, a base da sustentabilidade alimentar”.

Disse ser preciso mais estudos para que se atinja este desiderato, pois trazer indústrias deste sector no país será benéfico para todos os segmentos da cadeia produtiva nacional.

Sousa Jerónimo destacou que o foco do Governo angolano e das empresas do sector agrícola deve ser a criação de indústrias de fertilizantes, para que se estabeleça uma linha comercial entre os fabricantes e os distribuidores, que pode galvanizar a agricultura familiar.

Informou que a fábrica, localizada no município do Longonjo, província do Huambo, vendeu, até à presente data, a preços subvencionados, duas mil toneladas de fertilizantes para o cultivo do trigo e hortícolas diversas a pelo menos mil camponeses do país, para a primeira e a segunda época agrícola 2023/2024.

Deu a conhecer que os mesmos podem colher entre 50 e 60 toneladas de trigo, enquanto para hortícolas ainda está a ser estimado até Maio deste ano, depois do lançamento da sementeira.

Afirmou que a Soyadubos, com capacidade para 70 toneladas de adubos orgânicos/dia, trabalhou em 2023 com 20 mil produtores das províncias de Benguela, Cuanza Sul, Huambo, Huíla, Malanje e Namibe.

Por seu turno, o administrador do Fundo Activo de Capital de Risco Angolano (FACRA), Simão Cardoso, disse estarem identificadas empresas que manifestarem interesses em diversos financiamentos à disposição da instituição, a exemplo da fábrica Soyadubos, localizada no Huambo.

Lembrou que o Executivo angolano cabimentou, em 2023, cinco mil milhões de kwanzas ao FACRA, para a efectivação de financiamentos ao sector agrícola, especificamente, na cadeia produtiva, isto é, no transporte, conservação e distribuição.

Deste montante, adiantou que 14 projectos estão em fase final de aprovação, com o objectivo de estimular a economia nacional.

A presidente do Conselho de Administração da fazenda Pérola do Kikuxi, Elizabeth Dias dos Santos, disse que a empresa está empenhada na produção de mais ovos para o mercado nacional e estrangeiro, com uma cadeia de valor definida e especializada.

Defendeu a necessidade de mais financiamento aos empresários nacionais, pois a metas de produção têm variado em função dos créditos disponibilizados pelos bancos, que nem sempre têm sido suficientes para a inovação do produto.

O fórum, com seis painéis, abordou, entre outras temáticas, “Crédito e acesso aos fundos de financiamento”, “Produção e a distribuição de alimentos”, “Industrialização da produção agrícola, “Produção de sementes, fertilizantes e ração animal” e o “Negócio da exploração de sementes, fertilizantes e ração animal”.

Com a participação de 37 empresas nacionais, o evento, cuja última edição decorreu em Benguela, reserva para sábado, último dia das actividades, visitas a pontos de produção agrícolas e turísticos da província do Huambo. ZZN/JSV/ALH





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