Empresa Liqui Huambo quer tornar Água Cuima na principal referência no país

     Economia           
  • Huambo     Terça, 25 Outubro De 2022    18h09  
Produção da fárbica do Águas do Cuima
Produção da fárbica do Águas do Cuima
Valentino Yequenha

Huambo – A empresa Liqui Huambo, produtora “Água Cuima”, quer tornar, nos próximos dez meses, esta marca na principal referência de consumo nacional, com o aumento da produção e expansão em todo país, soube a ANGOP, esta terça-feira.

A empresa, sediada na comuna do Cuima, município da Caála, opera no sector desde 2016, altura da sua inauguração, com duas linhas de enchimento de garrafas de água de 0,5 mililitros, 1,5 litro, cinco, dez e 20 litros, respectivamente, com actuação nos mercados de Benguela, Bié, Cuando Cubango, Cunene, Huambo, Huíla, Luanda e Namibe.

Ao falar à ANGOP, o director da empresa Liqui Huambo, Felisberto Valente, disse que a expansão do produto, em todo território nacional, assim como a sua transformação como principal preferência dos consumidores, num prazo de dez meses, constituem os maiores desafios da fábrica.

Segundo o responsável, a empresa estima sair, nos próximos dez meses, da actual terceira posição para a primeira, em termos de preferência dos compradores e consumidores, com a materialização da sua política de expansão e atingir todas as províncias.

Adiantou que essas perspectivam animadas, em função dos resultados alcançados até 2021, onde a marca registou níveis de aceitação bastantes satisfatórios nas províncias que compõem o actual mercado, para além do registo de solicitações noutras regiões do país, tendo em conta a qualidade que apresenta, comparativamente as demais existentes.

“Estes indicadores, propõe-nos a desafios de podermos nos expandir em todo território nacional e, ao mesmo tempo, nos tornamos na principal referência do país, em termos de consumo de água produzida por empresas que operam no mercado angolano”, referiu.

Apesar de reconhecer as potencialidades de outras operadoras, por possuírem uma estrutura superior de produção, Felisberto Valente assegurou o alcance do objectivo, tendo em conta as estratégias que a fábrica pretende implementar, essencialmente, em termos de produção.

O responsável informou estar em carteira a instalação, até Fevereiro de 2023, da terceira linha de produção de enchimento de garrafas de 0,33 mililitros, destinadas, preferencialmente, para o consumo doméstico e nos restaurantes.

Esta linha, de acordo com o Felisberto Valente, terá uma capacidade de quatro mil garrafas por hora, com a perspectiva de gerar mais 30 novos postos de trabalho, a que se vai juntar as actuais oito mil litros/hora para as garrafas de 0,5 mililitros, nove mil de 1,5 litros, 800 de cinco, 500 de 10 e 300/hora as de 20 litros.

Água do Cuima - sem previsões para exportação

O director da Liqui Huambo disse ser, ainda, prematuro a exportação do produto, pois a empresa quer alcançar, numa primeira fase, os objectivos preconizados para o mercado nacional.

Entretanto, revelou a existência de intenções, por parte de empresários estrangeiros, que de seis em seis meses têm manifestado o interesse de estabelecer parcerias para a exportação do produto.

Esclareceu que para a exportação necessita, antes de tudo, da certificação estrangeira, sobretudo, da parte da Comunidade Europeia, por terem contacto com os mercados de outros continentes.

O responsável informou que a empresa pretende, igualmente, produzir, nos próximos tempos, água com gás, no sentido de responder às necessidades do mercado nacional.

Apontou, também, a intenção de evoluir para a produção de sumos variados, com aquisição, recentemente, de duas fazendas para a produção de frutas para o efeito.

Sem estimar prazos, fez saber que os projectos estão em estudos, na perspectiva de serem implementados em breve junto à fábrica de águas, implementada numa área acima de 50 hectares.

Processo de produção garante qualidade da água

Explicou que a produção da água obedece a procedimentos que garantem a sua qualidade, pois a engarrafada sai de um furo de 200 metros de profundidade, que é filtrada e embalada, sem a adição de qualquer elementos químicos e que pode ser consumida no período de dois anos.

Antes disso, acrescentou, é submetida a teste no laboratório interno e, posteriormente, aprovada para o processo de produção e, nos termos da lei, é, igualmente, submetida a teste de apreciação pelo laboratório do Instituto de Investigação Veterinária (IIV).

Segundo o responsável, para além disso, a empresa está sujeita à fiscalização regular e visitas dos técnicos do laboratório do IIV no sentido de garantir o cumprimento das normas estabelecidas por lei,

Sublinhou que o processo de produção envolve a higienização permanente da linha de enchimento e de todos os equipamentos durante duas horas.

Falta de energia da rede pública inviabiliza produção

O director disse que a falta de energia da rede pública representa o maior constrangimentos que a empresa enfrenta, com fortes impactos nos níveis de produção e os desafios de alargar os níveis de empregabilidade.

Informou que a fábrica funciona a base de geradores, com um custo semanal de combustíveis e de manutenção acima dois de Kwanzas.

Para além de gerar inflação, referiu que esta situação tem, igualmente, inviabilizado as perspectivas da empresa em alargar a sua taxa de empregabilidade no município da Caála, onde já ostenta o título de uma das maiores empregadoras do sector privado, com 68 postos de trabalhos directos criados.

Salientou que, apesar de a situação ter sido já manifestada à Empresa Nacional de Electricidade (ENDE) e a várias entidades do Governo Central e da província do Huambo, em particular, que visitaram o estabelecimento comercial, até ao momento não obteve qualquer solução.

Disse que a ligação da unidade fabril à rede eléctrica pública, permitiria a redução dos custos de produção e, consequentemente, a redução dos preços dos produtos no mercado, para além da melhoria das condições dos trabalhadores e a abertura de mais postos de trabalho.

Na opinião do responsável, a execução do projecto é viável, em conformidade com os estudos efectuados, pois a empresa se comprometeu em arcar com todas as despesas na aquisição do material e demais custos adicionais, enquanto para ENDE caberia apenas a parte técnica.

Disse que, para além de garantir o normal funcionamento da unidade fabril, a intenção da ligação à rede pública visa, igualmente, fornecer a energia eléctrica às comunidades circunvizinhas.

Apontou, também, a falta de materiais de reposição dos equipamentos, por serem apenas adquiridos no exterior.

Quanto à aquisição da matéria-prima, disse que fruto das implicações da Covi-19 que condicionava as importações, a empresa viu-se na necessidade de se reinventar e identificar produtores nacionais, a partir de Luanda (capital do país).

Uma empresa que privilegia a mão-de-obra local

O funcionamento da Liqui Huambo é assegurado, há três anos, por 68 técnicos nacionais e, na sua maioria locais, que depois de serem formados por estrangeiros, durante os primeiros três da inauguração da unidade fabril, todos os dias garantem a produção dentro das previsões estimadas.

No leque de trabalhadores, entre engenheiros mecânicos, técnicos de laboratórios, de linhas de enchimentos, carregamentos, motoristas, entre outros, o mais novo tem 18 anos de idade, enquanto o mais velho conta com 50 anos.

O destaque recai para Justino Tecateca, de 37 anos de idade, responsável pelo laboratório de testagem da qualidade de água.

Com formação na especialidade de Física/ Biológica e um treinamento profissional de mais de dois anos, o técnico tem à responsabilidade de garantir a qualidade da água, através de pesquisas laboratoriais em microbiologias, germes, coliformes pseudomonas e de enterococos.

António Jamba Manuel, operador da sopradora, há cinco anos, disse ter encontrado na Liqui Huambo um emprego que lhe tem permitido satisfazer as suas necessidades pessoais e familiares, para além de perspectivar a construção da casa própria e outros objectivos.

Mateus Francisco, colocado na linha de engarrafamento, admite que a sua vida registou melhorias significativas depois da sua contratação.

Responsabilidade social

O retorno, no próximo ano, do patrocínio da prova de atletismo, denominada “Huambo cidade vida”, por ocasião das festas da cidade do Huambo, capital da província com o mesmo nome, destaca-se entre as acções desenvolvidas pela empresa, no quadro da responsabilidade social.

Felisberto Valente disse que a pretensão do retorno resulta depois da avaliação positiva do patrocínio prestado na I edição da competição, realizada em 2019, porém interrompida pela pandemia da Covid-19.

A par desta acção, fez saber que a empresa vai continuar a apostar na massificação do desporto, especialmente, o futebol, para além de outras actividades sociais e filantrópicas.

A empresa Liqui Huambo, de direito angolano, está implantada numa área de mais de 50 hectares, que compreende a parte dos furos, a zona de produção, os compartimentos administrativos e uma área de armazenamento da matéria-prima.





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