Lubango - A Mosart Carpintaria, do grupo Andaimes de Carvalho, canalizou 60 por cento de um financiamento de mil milhões 21 milhões de kwanzas, de duas linhas de crédito, com garantia de 75% do Fundo de Garantia de Crédito (FGC), em maquinaria de ponta, que permitiu "revolucionar" a produção nos últimos três anos.
Trata-se de, pelo menos, seis máquinas, de entre as quais uma seleccionadora, orladora, a CNC, prensa de folha, de desengrosso e de acabamentos, adquiridas em Portugal e Alemanha.
A empresa tem como foco a carpintaria (chão, rodapés, tetos) e mobiliário (equipamentos para os compartimentos de casas, hotéis, hospitais entre outros).
No financiamento consta 500 milhões de kwanzas do programa Angola Invest, há oito anos e o valor restante da linha do Aviso 10 do Banco Nacional de Angola, de 2020, através do banco Caixa Angola.
Para além dos 60% canalizados em equipamentos, 20 foram na aquisição de três camiões para a melhoria do serviço de transporte dos produtos e os restantes investidos em hardware e software, bem como em fundo de maneio para a aquisição de matéria-prima.
Ao falar após uma visita do FGC, o director financeiro do grupo Andaimes de Carvalho, Óscar Silva, referiu tratarem-se de máquinas avançadas, onde o cliente pede um determinado produto e efectua um orçamento no próprio software que dimensiona todos os cortes e estrutura da obra.
Explicou que o corte e todo o processo passa pelo software, que antigamente era feito à mão, ou seja, o técnico fazia o orçamento, fechava as placas e as ferragens, tudo isso com as mãos, o que consumia muito tempo.
Referiu que o investimento em acabamentos faz a diferença no mercado e estão agora preparados para produzir em série, como em projectos únicos, desde moradias familiares a material para instituições públicas.
"Investimos, igualmente, na segurança no trabalho dos funcionários e apostamos na formação de jovens, o que permitiu a rentabilidade da empresa, cujas vendas passaram de 700 milhões para actuais 1.4 mil milhões de kwanzas/ano e o mercado é o interno. Atendemos todo o país", manifestou.
Fez saber que 95 por cento da matéria-prima usada na Mosart ainda é importada, um dos constrangimentos observados, pois anualmente investe 600 milhões de kwanzas na aquisição de matéria-prima a partir de Portugal, África do Sul e Inglaterra.
Destacou que o FGC permitiu aceder com mais facilidade ao crédito, dando "conforto" à banca comercial, que aprovou com celeridade o projecto, um procedimento que aconselha para outros empresários.
Por sua vez, o director de comunicação do FGC, António Cambala, disse que a Mosart é mais um exemplo de sucesso que beneficia da garantia do Fundo, para cobrir o risco do empresário junto da banca comercial.
Avançou que a empresa conseguiu investir em carpintaria e mobiliário e hoje as instituições, os empresários e o público em geral, precisam de material de escritórios ou um outro já existente no país e de "boa" qualidade, sem necessidade de importar.
Salientou que o FGC tem actualmente quatro linhas de garantias, nomeadamente a de Garantia de Apoio a Produção (GAP), um suporte de até 75 % do valor financiado, a de Apoio aos Projectos Sustentáveis (LAPS), que visa estimular a inclusão financeira, a reconversão da economia informal e a produção nacional com garantia de até 80%.
Consta ainda a de Garantia de Apoio à Tesouraria (GAT), que facilita o acesso ao financiamento de empresas que precisam de crédito para suprir necessidades urgentes de tesouraria e a de garantia de suporte ao Projecto de Desenvolvimento da Agricultura Comercial (PDAC), financiado pelo Banco Mundial (BM) e pela Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), que tem uma garantia de 65%. EM/MS