Luanda – A empresa norte-americana “Hilton Hotels & Resorts”, uma das maiores redes hoteleiras do mundo, confirma a sua entrada no mercado hoteleiro angolano, através de um acordo de parceria, assinado esta quinta-feira, em Luanda, com o grupo empresarial “Veleiro”.
A assinatura do respectivo acordo, denominado “Contrato Branding & Gestão - Hilton/Prodoil”, marca o início da construção de um hotel de cinco estrelas, na capital do país, num investimento de cerca de 150 milhões de dólares norte-americanos da empresa angolana Veleiro, cujo financiamento já está garantido por bancos internacionais.
A infra-estrutura, a ser construída num período de quatro anos, no espaço do restaurante Jango Veleiro (entrada da Ilha de Luanda), contempla 302 quartos e prevê criar mil e 900 postos de trabalho directo.
O contrato, assinado pelo presidente do Conselho de Administração da Prodoil, Pedro Godinho, e pelo vice-presidente da Hilton para África e Médio Oriente, Carlos Khanness, estabelece que a empresa americana seja a gestora do hotel, enquanto a empresa angolana é a proprietária do empreendimento.
Segundo Pedro Godinho, a Hilton também cooperou pela mobilização de recursos financeiros junto de empresas internacionais, que já disponibilizaram o respectivo financiamento.
Para além disso, o documento rubricado hoje autoriza, igualmente, que a gestão do condomínio habitacional “Fútila Sea Breeze”, construído há cinco anos pelo grupo Veleiro, em Cabinda, também seja feita pela empresa norte-americana.
Com 11 edifícios, compostos por 280 apartamentos já concluídos, o projecto Fútila, cujo lançamento da primeira pedra ocorreu em 2012, foi orçado em cerca de USD 65 milhões.
Para o gestor da Prodoil, Pedro Godinho, a assinatura do referido contrato marca a entrada definitiva da maior cadeia hoteleira do mundo (Hilton) no mercado angolano, após 15 anos de tentativas, para além de simbolizar a concretização de um sonho almejado há mais de 16 anos pelo grupo empresarial angolano.
Com isso, avançou, a presença da empresa americana em Angola transmitirá para o mercado internacional uma mensagem de credibilidade e confiança no país, facto que permite a vinda de outros investidores dos Estados Unidos de América (EUA), em particular, e do mundo, em geral.
“Com essa iniciativa, pensamos dar a nossa contribuição na criação de infra-estruturas de suporte para o desenvolvimento do turismo em Angola, um sector com potencial para ser um dos maiores contribuintes da economia angolana, caso o país seja capaz de desenvolver estratégias seguidas por outras nações que dependem, maioritariamente, da hotelaria e turismo”, destacou.
Por isso, Pedro Godinho almeja contar com o suporte institucional das autoridades angolanas, no sentido de se criar condições propícias que visam catalisar e acelerar o processo de aprovações dos requisitos exigidos para a materialização de projectos semelhantes no país.
Por seu turno, o vice-presidente da Hilton para África e Médio Oriente, Carlos Khanness, afirmou que a sua empresa está disponível em operar em Angola e outros países africanos, através de acordos para gestão de infra-estruturas hoteleiras ou investimentos directos neste sector.
Questionado sobre a disponibilização das habitações do condomínio Fútila ao público, o empresário avançou que a Hilton ainda vai fazer algumas remodelações para adequar as respectivas residências ao padrão da rede de hotéis a ser gerida pela empresa americana em Angola. Por isso, perspectivou a prontidão das casas para 2025.
Em declarações à imprensa, a fonte considerou o acordo assinado com a empresa angolana como uma parceria certa para o sucesso dos dois respectivos projectos: gestão do hotel e do condomínio Fútila.
Com o “rótulo” de maior cadeia hoteleira do mundo, a Hilton é gestora de pelo menos sete mil e 300 unidades hoteleiras a nível do mundo, dos quais 75% é sua propriedade e 25% enquadra-se nos acordos de gestão, um modelo semelhante ao contrato rubricado hoje com o grupo Veleiro, segundo Carlos Khanness.
Ainda na sequência da assinatura do Contrato Branding & Gestão - Hilton/Prodoil, o ministro da Economia e Planeamento, Mário Caetano João, afirmou que esta parceria aumenta o grau de responsabilidade do seu sector, que deverá promover e mobilizar eventos para rentabilizar as infra-estruturas a serem geridas pela empresa americana, com particular realce para a província de Cabinda.
Na ocasião, o ministro recordou que o Governo angolano vai continuar a trabalhar no sentido de melhorar o serviço público e o ambiente de negócios no país, com vista a atracção do investimento directo estrangeiro.
Reiterou que o Orçamento Geral do Estado (OGE) já “não será o principal financiador para o crescimento e desenvolvimento socioeconómico de Angola”, deixando este espaço para o sector empresarial privado estrangeiro, que irá contribuir com cerca de 50% das necessidades de desenvolvimento do país.
Adicionalmente, o governante disse também que poderão fazer parte do pacote de financiamento da economia angolana a banca comercial, com 10% das necessidades financeiras, enquanto o OGE contribuirá com cerca de 30% e o investimento directo estrangeiro petrolífero com 10%, além dos investimentos individuais de cada cidadão e da sociedade civil, bem como das organizações internacionais e da comunidade angolana na diáspora.
Para além de empresários, a cerimónia de assinatura do acordo para a gestão de infra-estruturas do grupo empresarial Veleiro também foi testemunhada pelo ex-vice-presidente da República de Angola, Bornito de Sousa, embaixador dos EUA em Angola, Tulinabo Mushingi, ministro das Telecomunicações, Tecnologia de Informação e Comunicação Social, Mário Oliveira, entre outras individualidades. QCB