Empregadores que maltratam trabalhadores devem ser punidos - Provedora da justiça

     Economia           
  • Luanda     Quinta, 07 Março De 2024    19h11  
Provedora de justiça, Florbela Araújo
Provedora de justiça, Florbela Araújo
Clemente dos Santos - ANGOP

Icolo e Bengo - A provedora da justiça angolana, Florbela Araújo, vincou esta quinta-feira, na vila de Catete, município do Icolo e Bengo que vai advogar as entidades de direito, para responsabilizarem as empresas que mantêm em cativeiro os trabalhadores.

A provedora menifestou esta posição no final de uma visita de trabalho ao Icolo e Bengo, onde orientou uma palestra subordinada ao tema "O papel do provedor da justiça na defesa dos direitos das mulheres".

Durante o acto, a responsável recebeu denúncias sobre alegado cativeiro de jovens angolanos em algumas empresas pertencentes a supostos cidadãos de nacionalidade chinesa.

Segundo a responsável, as entidades competentes, os órgãos de investigação criminal deverão visitar estes locais para constatarem o estado dessas empresas e as condições dos trabalhadores.

Para a provedora, os empregadores devem ser sancionados de acordo com a Lei em vigor em Angola.

"Antes ouvíamos que era apenas em Luanda mas fomos informados que aqui também, por isso são situações que nos preocupam e temos na nossa agenda para colocar às entidades competentes", disse.

Referiu que informará igualmente ao Ministério de Comércio e Indústria, porque "não se pode fazer de cativeiro nenhum cidadão".

À propósito, as direcções municipal do Icolo e Bengo, do Comércio e Autoridade Nacional de Inspecção Económica e Segurança Alimentar (ANIESA), estão a ponderar a suspensão da actividade laborar de uma siderurgia, denominada Zun Nguanguei, de supostos chineses, que têm aproximadamente 100 jovens cativos em condições deploráveis.

Em entrevista a ANGOP, esta quinta-feira, Osvaldo de Oliveira, director do Comércio e Bernardo Paulino da ANIESA, informaram que autuaram a empresa para pedagogicamente sensibilizar e recomendar os responsáveis a melhorarem as condições de trabalho dos jovens, na sua maioria provenientes da província da Huila e desprovidos de qualquer documentação.

A empresa Zun Nguanguei está localizada na Estrada Nacional 230, margem esquerda em direcção à Catete, cerca de dois quilómetros antes da sede municipal.

A jornada de trabalho da provedora visou também um encontro com dezenas de senhoras moradoras do bairro Kalumbuze de Baixo, onde Florbela Araújo registou várias preocupações, como sejam, a falta de habitações condignas, água potável, energia eléctrica, escolas e saúde.

O bairro Kalumbuze de Baixo dista a cerca de cinco quilómetros da sede municipal, Catete, tem pouco menos de 200 habitantes, na sua maioria senhoras idosas que exercem a actividade agrícola.

A visita da provedora objectivou divulgar o papel e a função do provedor de justiça, na defesa dos direitos das mulheres. AJQ





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