Emirados Árabes Unidos interessados em diversificar investimentos em Angola

     Economia           
  • Luanda     Quinta, 28 Setembro De 2023    18h41  
Participantes do Fórum Angola - Emirados Árabes Unidos
Participantes do Fórum Angola - Emirados Árabes Unidos
Francisco Miúdo-ANGOP

Luanda – O embaixador dos Emirados Árabes Unidos em Angola, Salem Al Khamis Obeid, manifestou, esta quinta-feira, em Luanda, o interesse do seu país em investir nos sectores das telecomunicações, energias renováveis e do petróleo e gás, no âmbito do reforço das relações comerciais e do investimento privado directo.

Falando na cerimónia de abertura da II edição do fórum de negócios Angola-Emirados Árabes Unidos (EAU) denominado "Angola Global Business Forum", informou que a balança comercial entre os dois países fixou-se em 2.8 mil milhões de dólares, no período 2021 e 2022, suportada em 90 % pelo fluxo de diamantes de Angola.

Por este facto, o diplomata adiantou a pretensão do seu país, a partir dos empresários, apostarem em investimentos no sector dos transportes, do agronegócio, do processamento de alimentos, armazenamento e na área dos químicos.

No encontro de negócios, que vai durar três dias (até ao próximo sábado), o embaixador dos EAU em Angola, considerou de profícuas as relações bilaterais, mas que os trabalhos continuam para estreitar as relações bilaterais e um incremento na balança comercial.

“Estamos ansiosos em reforçar a cooperação bilateral e económica, através da criação de mais investimentos, e um estreitamento da cultura dos dois povos”, augurou o governante árabe.

Por outro lado, o diplomata convida os empresários angolanos a olhar para boas políticas e práticas dos EAU, particularmente na facilitação de vistos, redução das barreiras da entrada de produtos, transparência e excelentes infra-estruturas operacionais de dimensões intercontinentais.

Na ocasião, o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Angola – Emirados Árabes Unidos (EAU), Braulio Martins, considerou este evento de negócios "Global Business Angola” como uma plataforma para atrair investidores, promover oportunidades de negócios e de investimentos no mercado angolano.

O também promotor do fórum, avançou que decorre sob o lema, "Oportunidade de Negócios” e que durante os três dias o foco está virado para os sectores dos minerais, do agronegócio, crédito de carbono, optimização da cadeia de valor, imobiliário e turismo, assim como sobre as oportunidades no sector de petróleo e gás.

O presidente da câmara considerou de excelentes e crescentes as relações comerciais entres os dois países, e que Angola detêm inúmeras potencialidades para atrair investidores, extra domínios dos diamantes.  

Com esta intenção, a câmara tem promovido encontros similares, regulamente, entre os empresários angolanos e dos emirados, e que já produz resultados positivos, em particular, para Angola.

Neste particular, o responsável exemplificou o investimento na exploração do Porto de Luanda, pela DP WORLD, numa aplicação de mais de USD 250 milhões, por 20 anos.

Sobre a diversificação e incremento das trocas comerciais, Braulio Martins, avançou que os empresários árabes têm manifestado interesse no café, agronegócio, no ramo imobiliário, no processamento de alimentos e no fornecimento de máquinas e serviços.

Relativamente à aposta no turismo para o país, o presidente da câmara, entende que a entrada em operações do Aeroporto Internacional de Luanda, com previsão de ser inaugurado em Novembro próximo, deverá impulsionar o turismo no país.

Sobre a I edição deste fórum, disse que tem produzido resultados positivos, pois que, efectivamente, duas empresas árabes já abriram escritórios em Luanda, sendo uma do sector imobiliário e outra das minas bem como do agronegócio.

Oportunidades de negócios em Angola

Neste particular, o director nacional do Ministério da Economia e Planeamento (MEP), Manuel Machado Quilende, que, na ocasião, apresentou as reformas estruturantes em curso desde 2017, assente na consolidação do Estado Democrático e de Direito, bem como o combate à corrupção e a modernização administrativa pública.

Igualmente, o director do MEP destacou a posição geoestratégica de Angola para África e o mundo, os recursos minerais e naturais, volume de terras aráveis, a capacidade de resposta do sistema financeiro, suportado por 20 bancos comerciais, presente nas 18 províncias do país.  

O responsável indicou os sectores do agronegócio, com enfoque na produção de fertilizantes, alimentar e equipamentos, na criação de gado e a sua cadeia de valor, na indústria transformadora, centros logísticos, na extracção de minerais como rochas ornamentais, ouro, quartzo, alumínio e nos diamantes.  

Os sectores do turismo, energia renováveis, infra-estruturas, saúde, da economia e finanças, foram elencados, igualmente, como aéreas prioritárias para beneficiar de investimentos privados directo estrangeiro.

E, para a materialização dessas oportunidades, no evento, o chefe do departamento de Promoção e Captação de Investimento da Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações, Bruno Baptista, apresentou aos potenciais investidores as facilidades da Janela Única do Investidor e o Sistema Electrónico de Tramitação do Investimento Privado.

Segundo o responsável, estas ferramentas viabilizam o processo de tramitação das propostas de investimento privado e a interacção entre os investidores e os órgãos da administração pública com influência no procedimento do investimento privado.

“O país oferece oportunidades de negócios em todos os domínios, com a vantagem dos investidores poderem escoar o excedente da sua produção local para a região Austral e continental”, asseverou.

Por sua vez, o administrador executivo da Zona Económica Especial (ZEE) Luanda-Bengo, Adriano Borjas, disse que tem crescido o número de empresas dos EAU neste pólo industrial, no ramo das tecnologias, electrónicos e no processamento de plásticos.

Numa altura em que a ZEE conta com 95 empresas em efectivo exercício, do universo de 177 instaladas, o administrador augura que este fórum promova a atracção de  novas parceiros dos Emirados Árabes Unidos.

Por outro lado, Adriano Borjas, reiterou que este ano, na ZEE, arrancaram 23 projectos e se prevê que mais oito, ainda no presente ano, iniciem as suas operações e, assim, cumprir a meta da administração, que estabeleceu a meta de 100 empresas em efectivo funcionamento.

Já o director comercial da Sociedade Mineira de Catoca, António Zola, esclareceu que a maior montra de comercialização de diamantes está nos EAU, absorvendo 70 a 80 % da produção anual da empresa.

De acordo com director, Catoca produz, anualmente, seis (6) milhões de quilates por ano, porém em termos de comercialização o mercado do diamante enfrenta uma crise global, onde já se verifica restrições no recebimento e processamento de diamantes brutos. OPF/PPA

 





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